O varejo se atualiza forma rápida e contínua, principalmente quando olhamos para os avanços tecnológicos e para o comportamento do consumidor, que tem conquistado cada vez mais espaço em um debate sobre "varejo ideal". Para além das transformações, empreendedores precisam acompanhar as atualizações, com a proposta de não serem deixados para trás. Porém, não é isso o que tem sido visto.
Em tempos de capacidade de adaptação, uma gestão reativa pode ser ilusória – ela vai servir como um extintor que apaga o incêndio de uma casa, mas será apenas uma máscara para problemas futuros. Isso porque um negócio que se baseia no improviso não traça estratégias a longo prazo e, ainda, é incapaz de se adequar às mudanças constantes do varejo.
A cultura do "depois a gente conserta" pode ser entendida como uma raiz que se transporta da liderança ao negócio. Se faltar produto, é só ligar para o fornecedor; caso as vendas estejam baixas, faz uma promoção. E assim por diante. Por mais que as soluções pareçam pontuais, elas só estimulam um perigoso pensamento: fazer rápido é mais importante do que de maneira planejada.
Quando o urgente atropela o que é necessário, os resultados podem ser vistos debaixo do próprio teto. Equipes desmotivadas, margens apertadas e lacunas que frequentemente precisam ser preenchidas para que a empresa fique de pé. A cada reação imediata, o varejista passa a perder a visão de futuro, e os colaboradores começam a se sentir no limite. É como se deixassem de pensar para apenas executar.
O negócio, para a boa qualidade de vida, deve prevenir em vez de reagir. E é importante que a prevenção não esteja ligada ao engessamento da operação, mas sim ao investimento em capacitação e análise de possibilidades – o que pode ser um diferencial mais à frente. O bom varejista precisa saber evitar que os incêndios aconteçam e se lembrar de que gestão reativa tem prazo de validade, e seu custo é alto.
*Erlon Labatut é especialista em varejo e consultor de franquias credenciado pelo SEBRAE, além de administrador pela UFPR.

Ainda não há comentários.