Como a era de excesso de informação esta afetando nossa saúde.
A sobrecarga de informação é uma epidemia em escala mundial. Não é à toa que pessoas no mundo todo relatam o constante stress e têm dificuldades para tomar decisões devido à quantidade de informação recebida ao longo do dia.
Esqueceu do nome de alguém que conheceu ontem? Não lembra a última propaganda que viu na TV, ou desaprendeu a andar e bicicleta? Você não esta sozinho e todos nos estamos sofrendo com o mesmo diagnóstico: A Infobesidade.
O problema não é novo. Desde que o mundo se industrializou, o excesso de informação acompanha o contexto histórico das nações, e impede que os indivíduos ajam de forma adequada às novas sensações. O que é diferente agora é a velocidade que isso acontece.
Imagine que sua mente está num supermercado cheio de promoções, onde todas as ofertas são atrativas, porém ele somente pode escolher um item para produzir uma ação; assim a Infobesidade faz com que o nosso cérebro receba tantos estímulos que eles não consigam se decidir.
Ao mesmo tempo somos receptores da informação também somos transmissores e isso esta nos transformando em vitima da quantidade da informação produzida e da coletada.
A internet duplica, triplica e multiplica toda a informação recebida, mesmo que ela seja descartável ou tida como lixo. Os dados soltos mais confundem do que tornam melhor nosso tempo de resposta, quando o assunto é decidir, delegar ou reagir.
Muitos tendem a submergir num emaranhado de referências que não são saudáveis ou úteis. E o problema não é da tecnologia e sim de comportamento. Afinal é você que decide qual informação gera conhecimento e qual é rejeitada.
Em escala profissional, o assunto é temerário. Mas quando falamos do excesso de informação em crianças, o assunto é monstruoso. A possibilidade de produzir gerações inteiras de pessoas altamente conectadas, mas sem a capacidade de distinguir perigos iminentes, nem de se adaptar e tão pouco ser alfabetizado corretamente assusta.
Dados publicados pela agência Reuters desde 1996 dizem que 2 entre 3 profissionais em cargos de chefia relatam tensão no trabalho devido à quantidade infinita de dados como e-mails, reuniões online, WhatsApp e ainda a sobrecarga de informação via sites, podcasts, livros e afins. Cuidado além de se sobrecarregar vai ganhar outras doenças no curriculum.
A Infobesidade ou infoxicação não é um problema sem cura. E hábitos simples tem impactos positivos.
Retire as notificações:
O primeiro deles é, desligar as notificações, quando algo for urgente vão conseguir te encontrar com chamadas não mensagens.
Cérebro focado trabalha melhor sem interrupções de sinais sonoros, vibratórios e luminosos e isso se chama atividade de performance.
Informação com hora marcada:
Não passe o dia todo coletando dados que não vai usar. Escolha um horário onde vai ler sites, se atualizar e obter informações. Depois é planejamento, análise e execução.
Cara a cara
Converse com seus colegas. Não whats. Quando utilizamos a informação local processamos melhor atitudes globais. A maioria das empresas acredita que filiais estão sempre mais próximas dos clientes do que a matriz, em razão de perceber melhor a expectativa local coloque isso em pratica também.
Cuidado com Fake News
Se eu mandar você pular da ponte, vou receber uma risadinha de canto de boca como resposta, Certo? Porém, em ambiente digital, quando recebemos uma informação, o que fazemos? Compartilhamos! E aquele velho hábito de checar se isso vem de uma fonte segura passa desapercebido. Lembre-se, filtro é sempre necessário e fake News é crime.
Desconecte-se
Quando disse a um profissional que durmo com meu smartphone fora do quarto e acordo com despertador, vi o desespero em seu rosto. Mas Belicosa, e quando alguém precisa falar com você? E se for emergência?
A resposta é sempre mesma, se for emergência as pessoas vão me ligar, não me passar uma mensagem, um áudio ou e-mail. O que eu quero te dizer é que teu sono precisa ser reparador senão seu corpo não vai funcionar direito, ache um tempo para se desconectar.
Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia.
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