• Cuiabá, 11 de Setembro - 2025 00:00:00

Brasília no radar

STF, através de medida do ministro Flavio Dino, quer que senadores e deputados federais mostrem para onda mandam as chamadas emendas Pix. Explicarem como foram usadas, onde, e outros pedidos normais. Os parlamentares não gostaram dessa iniciativa do STF.

Flávio Dino já foi parlamentar e governador e deve saber como a coisa funciona. Tem que prestar contas das emendas de maneira geral. São mais de 50 bilhões de reais por ano para emendas no Congresso. Foram bem aplicadas, quais resultados?

Vamos ver como os parlamentares vão se comportarem depois dessa necessária cutucada sobre as tais emendas. Coisa que só existe no Brasil, como a jabuticaba.

Indo para outro assunto do momento: o julgamento de Bolsonaro. Em torno disso outros atos e fatos acontecem. O maior deles é a proposta de anistia ampla e geral para todos envolvidos no quebra-quebra do oito de janeiro. O objetivo a anistia ampla é para beneficiar Bolsonaro que, em tese, mesmo se for condenado pelo golpe de estado, estaria livre para se candidatar em 2026.

Tem outros argumentos em torno ainda de Bolsonaro. Mesmo se for anistiado pelo chamado golpe, ele já está inelegível por outro motivo lá atrás que o TSE o condenou. Foi o caso de chamar os embaixadores de países e criticar o sistema eleitoral brasileiro, mesmo depois de eleito. Foi ali sua inelegibilidade.

A anistia ampla incluiria esse fato também ou somente os acontecimentos em torno do 8/1 e a tentativa de golpe? Se vier a anistia, Lula poderia vetar? Se não vetar, o STF seria chamado para falara juridicamente sobre o assunto? Tem muita coisa atrás disso tudo

Mais coisas de Brasília. Dois partidos que ficaram no governo Lula, PP e União Brasil, falam agora em deixar ministérios. Ficaram todos esses anos se beneficiando dessa posição e, perto da eleição do próximo ano, querem sair com suposta altivez. Coisas da politica brasileira.

Outra mais: congressistas querendo aprovar medida, recuaram depois de sentirem bafo quente da população na nuca, que parlamentares só poderiam ser julgados na Justiça se houvesse licença previa de seus colegas de parlamento. O cara cometeria um erro e não poderia ser julgado como um brasileiro comum, somente se seus pares permitissem. Mais uma coisa estranha de Brasília.

Para a eleição de presidente no ano que vem os bolsonaristas querem, é óbvio, o titular como candidato. Se não for ele, os filhos querem o lugar para um deles ou para a esposa de Bolsonaro. Estão até atirando em Tarcísio de Freitas porque aparece no horizonte como possível candidato pela direita brasileira. E o Tarcísio, para agrada-los, andou atirando no STF.

Nesse rolo todo apareceu um dado que Brasília, ou melhor, o Brasil deveria comemorar. Que o Brasil é o segundo lugar no mundo que tem mais investimentos dos chineses. Perde para a Tailândia. Está aí um dos caminhos futuros para o país. Donald Trump está ajudando nisso também. A direita política concorda ou não com essa maior aproximação com os chineses? 

 

Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.   

e-mail: pox@terra.com.br



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