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Cooperativas de Crédito: Impulsionando o desenvolvimento e promovendo a inclusão social

  • Artigo por José Augusto Manzano Indalécio
  • 14/08/2024
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No século 19, um grupo de pessoas no interior da Inglaterra teve a ideia de unir forças em prol da coletividade, criando um modelo diferente de organização baseada na cooperação. Nascia ali o cooperativismo, uma proposta que busca o progresso social por meio do auxílio mútuo e a colaboração para gerar negócios mais inclusivos, sustentáveis e prósperos.

É, portanto, um movimento que alia preocupação com questões econômicas e sociais, cujo alcance não reconhece fronteiras. Em muitos municípios as cooperativas são os principais motores do desenvolvimento regional, com reflexos positivos não só para aqueles que fazem parte desse sistema, mas de toda comunidade. Isso é proporcionado por meio da prestação de serviços como educação, saúde e transporte, infraestrutura, como na eletrificação rural, comercialização de produtos e na oferta de crédito.

Os números mostram bem o tamanho desse movimento no país e os resultados positivos que advém dele. Em 2023, éramos 20,5 milhões de cooperados, o que representa, aproximadamente 10% da população, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Agora, imaginemos o que representa essa grande massa de pessoas para a economia, se para cada R$ 1,00 investido no cooperativismo, R$ 2,92 retornam para a sociedade em forma de benefícios, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe).

Para movimentar esses recursos, que somam centenas de bilhões de reais e, em 2025, devem chegar a R$ 1 trilhão em ativos segundo projeções do mercado, o sistema conta com um grande aliado, o cooperativismo de crédito. Ele é um importante fator de inclusão financeira, promovendo a democratização do crédito e a educação com o objetivo de proporcionar o equilíbrio econômico das comunidades, com claros reflexos no âmbito social.

As cooperativas de crédito nada mais são do que associações de pessoas que buscam juntas uma melhor administração de seus recursos financeiros. Para isso, elas ofertam praticamente os mesmos produtos e serviços dos bancos comerciais, como empréstimos, aplicações, depósitos, seguros, consórcios, cartões, entre outros. Mas com uma diferença: todas as operações feitas pelos associados são revertidas em seu benefício através de preços e taxas justos e da participação nos resultados, que podem ser rateados entre os cooperados ou destinados ao fortalecimento da cooperativa.

Além disto, os recursos investidos na cooperativa ficam na própria região, o que contribui para o desenvolvimento econômico e social dos municípios em que as cooperativas estão inseridas. Nesse ponto, vale lembrar que em muitas cidades, especialmente as menores, elas são as únicas instituições financeiras. Ou seja, onde os grandes bancos não enxergam lucros, as coops veem oportunidade de promover o bem-estar comum.

No Brasil existem atualmente cerca de 750 cooperativas de crédito, que quando somadas possuem a maior rede de atendimento, com mais de 9 mil agências, e reúnem em torno de 20 milhões de associados, pessoas que descobriram que, ao invés de ser clientes de um banco, podem ser donas da sua própria instituição financeira. E assim ajudar a si e aos demais atores de suas comunidades.

 

José Augusto Manzano Indalécio é Presidente do Sicoob União MT/MS.



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