No dia 31 de dezembro de 2022, passou a vigorar a Lei 14.286/21, que permite aos bancos e instituições financeiras a possibilidade de investirem no exterior recursos captados no Brasil ou fora do país, além de facilitar o uso da moeda brasileira em transações internacionais. Ela também aumentou o limite de R$ 10 mil reais para US$ 10 mil dólares em dinheiro vivo que cada passageiro pode portar ao sair ou entrar no Brasil.
A grande intenção da criação do Marco Cambial é simplificar as transações internacionais, o que trará benefícios à atuação do Brasil no comércio exterior. Atualmente, o país participa com aproximadamente 1% deste mercado, ficando aquém em relação a sua posição na economia global.
Todos os dias, mais de US$ 6 trilhões de dólares trocam de mãos no mercado internacional. Um número exorbitante, que chega a ser maior do que as negociações na Bolsa de Valores de Nova York. Mas, à medida que o mercado de câmbio cresce, muitos executivos do mercado financeiro lutam para gerenciar os pagamentos globais de maneira eficaz. O Novo Marco Cambial veio para resolver certas amarras e para trazer modernização ao mercado cambial, até então obsoleto. E já existem empresas trabalhando para oferecer soluções que conectam os dois mundos - das novas gerações às gerações mais antigas - por meio de tecnologias que estão se tornando padrões de fato, com inovações que alimentam plataformas clássicas para conectar o mundo e ir além.
As organizações que estão no mercado há algum tempo sabem que todos os processos envolvidos são trabalhosos e morosos. Há a necessidade de uma quantidade exponencial de tempo e recursos, por exemplo, para gerenciar pagamentos internacionais manualmente. Diferentes países apresentam vários procedimentos quando se trata de enviar e receber fundos entre eles, e acompanhar todos esses processos requer, ademais de burocracia e documentação, uma quantidade imensa de capacidade de processamento e velocidade de conexão.
Quer uma empresa opere no Brasil, em Londres, Japão, Singapura ou em qualquer outro lugar do mundo, as tecnologias disponíveis no mercado podem ajudar a economizar tempo e dinheiro. Uma solução pode não apenas eliminar os problemas de conversão e financiamento em diferentes moedas, mas também obter taxas altamente competitivas para conversões, o que, por sua vez, ajudará a ter melhor gerenciamento das contas corporativas.
Outro problema que a tecnologia veio para resolver é sobre a negociação de câmbio. Como os pagamentos vêm de diferentes locais ao redor do mundo, é complicado e demorado rastrear todas essas operações manualmente, especialmente à medida que a organização cresce. Neste caso, as soluções podem gerenciar tarefas, como folha de pagamento, pagamentos de comissões, reembolsos de despesas, impostos e pagamentos regulatórios, investimentos, importação, exportação etc.
Existem também os riscos trazidos por vários fatores que influenciam a taxa de câmbio, incluindo mercados globais e volatilidade da moeda. O ideal é que a empresa esteja preparada para todos os resultados associados ao risco cambial e variação das moedas, caso contrário, poderá perder uma quantidade significativa de tempo e dinheiro. Para muitas companhias, isso significa contratar pessoal adicional para gerenciar com eficácia as contas a pagar globais de alto risco, mas deve-se considerar o tamanho da equipe financeira e caso exista restrições de contratações.
Incorporar tecnologia com ampla cobertura nos assuntos de conformidade nacional e internacional seguramente contribuirá na eliminação do risco associado à conversão de moeda estrangeira. Esse tipo de automação será responsável por toda manutenção associada às atividades do segmento e comércio exterior com sua respectiva conformidade, sem adicionar pessoal. Além disso, a companhia pode se beneficiar de uma série de facilidades propiciadas à tecnologia emergente, como BPM, ECM, AI, Cloud, entre outros, para ampliar a rede de negócios dentro de um mundo digital.
Em um mercado cada vez mais global, empresas de todos os portes encontram-se navegando tanto pelas oportunidades quanto pelos desafios de fazer negócios internacionais. Para essas organizações voltadas para o crescimento, o papel da conversão de moeda e do gerenciamento de divisas está se tornando cada vez mais importante para as operações financeiras. Essas organizações serão cobradas por processos de conformidade.
Desde 2019, o gerenciamento de câmbio vem se digitalizando, e as empresas do segmento deverão fazer o uso das tecnologias para fazerem parte da transformação digital que ocorre com o Novo Marco Cambial no Brasil e em todo o mundo.
Odilon Costa é Diretor de Novos Negócios da Sinqia.
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