Por mais que seja doloroso reconhecer os nossos erros, ainda é melhor do que imputar a culpa ao outro.
Ser responsável, praticar a autorresponsabilização é tão importante quanto querer a justiça.
Se eu fui a causadora de algum mal entendido, fui a responsável por um acidente, pequeno que seja, é muito mais saudável para o relacionamento que eu diga “sim, fui eu. Me perdoe?”
Quando eu ajo desta forma é mais provável que o meu parceiro passe a confiar mais em mim. Porque, se eu sou capaz de admitir os meus erros, ainda que estes venham me causar vergonha, desconforto e a falsa ideia de que sou fraca.
Então ser verdadeira para mim é algo simples, descomplicado.
Pessoas que são honestas, verdadeiras são mais confiáveis do que as que se apresentam muito certinhas, perfeitinhas.
As pessoas podem ser mesmo atrapalhadas, às vezes desajustadas, sem habilidade para contar uma piada, tímidas e está tudo certo! Todos nós temos nossas particularidades.
É bem mais saudável convivermos com alguém que tenha todos esses probleminhas do que conviver com uma pessoa mentirosa
A mentira é altamente destrutiva.
Se alguém pensa que está construindo um relacionamento forte, estruturado, funcional e se esconde por detrás de mentiras precisa parar agora.
Saiba que está construindo um castelo sobre areia e com material de segunda. Ao menor sinal de abalo tudo vai ao chão. E o pior é que na maioria das vezes não se salva absolutamente nada.
É de bom caráter ser honestos em absolutamente tudo. Meias verdades não são verdades.
E se esta verdade precisa ser dita a alguém e ou a respeito deste alguém a quem eu amo, o meu companheiro, por exemplo? Como ser eficaz?
Então, eu preciso estar atenta à intenção das verdades. Assumir minha culpa é perfeito, porém é diferente de dizer verdades ao outro. Neste caso eu preciso sim ser honesta, porém é importante entender qual a finalidade, para que servirá esta atitude e, ainda descobrir qual a melhor forma a ser dita. É importante que eu me pergunte: “Com que intenção eu estou dizendo isso a meu companheiro (a)?” “O que eu realmente (seja honesto consigo) desejo alcançar dizendo esta verdade?” Se o motivo for causar mágoa, então não é honestidade, mas repressão.
Lembrem-se: as palavras precisam ser ditas de maneira amorosa. Por isso a forma de se comunicar, precisa ser um canal sem ruídos, com som suave aos ouvidos do seu cônjuge. Afinal, a intenção é tornar sabido que eu o amo e, só com amor, uma verdade que dói pode ser percebida e recebida como algo construtivo.
Procure manter a calma.
Mesmo que as minhas intenções estejam corretas, é sábio que eu reserve um tempo adequado e, lance mão da inteligência emocional, para poder dizer o que estou pensando e sentindo, sem magoar. Ou seja, é necessário que eu busque a tranquilidade necessária para encontrar as palavras corretas e não transformar tudo em um desastre completo. Mas, sim, alcançar o objetivo que é transmitir o amor que sinto pelo meu cônjuge.
O risco de ser mal interpretada (o)
Sim, existe o risco de não me fazer ser entendida e está tudo bem. Neste caso, então necessito mudar a minha estratégia. Investigar uma forma em que o meu companheiro entenda melhor a mensagem. Usar o conhecimento sobre as linguagens do amor. Todos nós temos pelo menos duas linguagens pelas quais somos alcançados com maior facilidade e devemos estar dispostos a aprender a primeira linguagem do amor de nossos cônjuges, se quisermos comunicar o amor de forma efetiva.
A comunicação é uma habilidade aprendida e todos os dias eu aprendo a me comunicar de uma forma nova. Se eu começo um novo trabalho, o ambiente, as pessoas, o próprio serviço que irei prestar me exige uma comunicação diferente da que eu estou acostumada em casa ou da que eu tinha no antigo trabalho. E por qual motivo não me empenho para aprender a linguagem que o meu companheiro ou companheira executa, a linguagem que ele ou ela aprendeu em seu lar, que é o nosso berço primário de aprendizagem?
Empenhar-se em aprender a linguagem do amor do outro, é um dos primeiros passos a se dar, para que o relacionamento flua com uma comunicação assertiva.
Lembrar que o meu companheiro não é vidente ou adivinho para saber o que eu quero, sem que eu seja clara e objetiva é muito importante. Há casais que já estão tão fluentes que já sabem de cor qual o desejo do outro. Mas, isso é preciso bastante prática e anos de convivência.
Cleiri Sousa é Psicóloga CRP 18/03150/Pós Graduada em Violência Doméstica/Especialista em Relacionamentos.
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