O ministro da Defesa russo informou nesta semana que algumas unidades militares estão deixando suas posições perto da Ucrânia. A notícia mostrou que a esperança de uma solução diplomática para a crise não está perdida. No entanto, não podemos fechar os olhos para uma possível nova tensão no futuro. A situação continua frágil.
A preocupação com a fronteira da Ucrânia com a Rússia já acontece desde 2014, quando eu era deputada no parlamento italiano. Na época, como membro da Comissão de Relação Exteriores, tratamos por diversas vezes deste conflito, sempre seguindo as diretrizes da União Europeia, que é de neutralizar qualquer embate e buscar a paz. Uma postura justificada pelo histórico de ataques na região e que vem surtindo efeito desde a 2ª Guerra Mundial.
Apesar dos inúmeros debates, nunca houve uma solução para a situação. Pelo contrário, ela foi apenas crescendo ao longo dos anos até chegar neste ponto de ameaça de uma nova guerra. Afinal, o perfil agressivo de Putin não é de hoje. O grande receio de toda a comunidade internacional é -- e sempre foi -- confiar na palavra do presidente russo.
Por outro lado, não é a primeira vez neste conflito que a Rússia recua, o que nos prova que a diplomacia tem muito peso sim, principalmente quando falamos de UE, uma união econômica e política com muita força e autoridade junto aos órgãos internacionais.
Neste contexto, todo o mundo sai ganhando, inclusive o Brasil, que em uma possível invasão da Rússia na Ucrânia sentiria o impacto na economia interna. Hoje, podemos dizer que a diplomacia está um passo na frente, mas os esforços diplomáticos para evitar um conflito maior continuam. Podemos seguir com um otimismo cauteloso.
*Renata Bueno é advogada internacionalista e política brasileira. Foi eleita vereadora de Curitiba (PR) pelo Cidadania no ano de 2009 e, mais tarde, entre 2013 e 2018, atuou como deputada do Parlamento da República Italiana pela União Sul-Americana dos Emigrantes Italianos.
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