Se posicionar é importante. Não se posicionar, também. E não deixa de ser um posicionamento em si mesmo não se posicionar. Afinal, não se manifestar diante de temas polêmicos para evitar se indispor com as pessoas, não deixa de ser uma maneira de comunicar, ainda que silenciosamente, a sua indiferença diante de questões sensíveis. E em tempos de uma comunicação alucinante, na velocidade da luz, saber se posicionar faz toda a diferença.
A comunicação digital tornou isso quase uma obrigação. O acesso facilitado a uma gama gigantesca de informações abriu um leque de oportunidades para que as pessoas usem os buscadores da internet com o intuito de afinar seus discursos. Contudo, num mar de confusão gerado pelas narrativas dicotômicas de ‘yin e yang’, encontrar falas ponderadas e equilibradas entre o preto e branco se tornou raridade neste oceano.
Antes de mais nada; o que eu preciso saber para me posicionar melhor no mercado off-line ou on-line? Entender o que é posicionamento é um bom começo. Mas eae, você sabe o que é posicionamento? Há uma confusão grande quando se fala em posicionamento. Muitas pessoas relacionam este conceito com autoridade. E é muito mais do que isso. Posicionamento é, principalmente, como você se relaciona com o meio.
Mas então autoridade não é importante? Sim. Claro que é. Gerar autoridade, credibilidade e criar um colchão reputacional é fundamental para que sua marca pessoal ou de sua empresa estejam bem posicionadas no mercado. Contudo, é condição ‘sine qua non’ pensar em como você se relaciona com seus parceiros, concorrentes, clientes e funcionários, e como essas pessoas compreendem o seu propósito ou missão.
Em tempos de conectividade em alta, conectar-se de verdade com as pessoas se tornou um grande desafio. A modernidade líquida, sintetizada por Zygmunt Bauman, rebaixou as relações interpessoais para o patamar da efemeridade. Relacionamentos sólidos são cada vez mais raros, numa época em que o essencial deu lugar ao superficial. Uma imagem fala mais do que mil palavras. Mas é claro que não diz tudo.
Por isso é que o posicionamento da sua marca deve considerar sua essência, muito além da aparência. Não é possível - tampouco admissível - transformar-se numa ‘fake’. É preciso ser honesto, primeiramente, consigo mesmo. Ter clareza de propósito. Entender que não vale a pena viver de aparência. Não que ela não seja importante. Muito pelo contrário. À exemplo Pompéia, esposa do imperador Romano César. Não basta que ela seja honesta. Ela deve parecer honesta.
Ter consciência de quem é e de para onde seu propósito de vida irá te levar é fundamental. Sua autoconsciência te ajudará a se posicionar perante as questões; das efêmeras às mais existenciais deste mundo. E no caso de uma empresa, é claro que vale a mesma linha de raciocínio. Posicionamento é muito mais do que uma marca, um logotipo. É como você e a sua marca se relacionam/conectam com as pessoas. E tudo isso é uma parte branding. Falarei mais sobre isso no próximo artigo. Até lá!
*Luiz Queiroz é jornalista, especialista em Comunicação Estratégica, Assessoria de Imprensa e Marketing Político.
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