• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

A chave para se ter uma boa vida 

  • Artigo por Arnaldo Justino da Silva
  • 22/06/2021 07:06:55
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Há médicos, advogados, professores, jornalistas, publicitários, políticos, delegados de polícia, escrivães, agentes, juízes, promotores de justiça, procuradores de justiça, desembargadores, servidores públicos, empresários, banqueiros e bancários, estudantes de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado, muitas pessoas ricas ou poderosas, mas miseráveis e escravas de si mesmas, conforme observa Augusto Cury. 

Vivem tristes e depressivos. Por que será? Tem tudo que sonharam, mas quando conquistaram, chegaram ao topo, parece faltar-lhes alguma coisa. 

Sempre estão à procura da felicidade, como se isso fosse algo inatingível. 

Mas há pessoas muito humildes, pobres economicamente, mas cheias de ânimo, vida e alegria. 

Há algum segredo para a felicidade? 

Isso me fez lembrar da conversa de Cleomar e Jefferson e seu irmão, que atentamente presenciei naquela madrugada de clima agradável em Barra do Garças. O irmão de Jefferson foi o primeiro a dizer: 

“-Tudo começa pela mente. Você pode ser escravo de seus pensamentos ou ser livre para autossugestioná-la mantendo a direção sob controle. Do pensamento vem a emoção, gerando uma ação, repetidos comportamentos transformam-se em hábito, que mostra o caráter e dita o destino. A opção é sempre sua”. 

Foi aí que Jefferson questionou: 

“-Uns dizem que começa pelos sentidos. Falam ainda que são as sensações que escravizam”. 

O irmão dele ponderou: 

“- Esses que você fala Jefferson, são os empiristas. Eu estava falando dos racionalistas!” 

Cleomar intrometeu-se na conversa: 

“- Será que o conhecimento é preexistente na mente ou a mente é um quadro em branco que depende dos sentidos para conhecer? Ou será que é uma combinação de ambos: mente e sentidos?” 

Ao responder, o irmão de Jefferson alongou ainda mais o questionamento lançado por Cleomar: 

“- Ah tá, mas é exatamente isso que estamos debatendo. Do pensamento que começa tudo? Ou a gente primeiro sente (pelos cinco sentidos) e depois representa uma imagem (na mente) gerando uma emoção, que não seria criação já existente, mas sinapses que transformam as imagens captadas pelos sentidos, gerando a emoção, seguidas de ação (movimento corporal)? Ou seja, primeiro a gente sente (pelos sentidos), produz daí mentalmente uma imagem, gerando uma emoção que faz o corpo agir, como diz o Jefferson?” 

Daí Jefferson emendou: 

“- Será que tudo começa com um pensamento preexistente ou criado na mente pelo pensamento repetitivo (controle da mente, autossugestão) que faz nascer a emoção e depois disso a ação conforme a representação mental preexistente ou criada pelo pensamento repetitivo?” 

Cleomar captou: 

“-Se tudo nascer da representação do pensamento repetitivo, estaria aí a chave do controle mental para se viver uma boa vida com paz e felicidade?” 

Jefferson interveio: 

“Talvez a autossugestão dependa somente da mente. Mas a hétero-sugestão sempre dependerá dos sentidos, no caso pode ser tanto a visão quanto a audição. Não?” 

Já era tarde, o dia já amanhecia, então o irmão do Jefferson finalizou: 

“-Não sei. Acho que nós aqui não sabemos. Mas não importa. São as perguntas que movem o mundo, e não as respostas. Todavia, quem compreender tudo isso terá a chave para viver uma boa vida, pois poderá controlar sua mente por autossugestão e criará escudos para não cair nas armadilhas sugeridas por terceiros, lembrando sempre que a felicidade está no ser, e não no ter ou aparecer”. 

 

Arnaldo Justino da Silva é Promotor de Justiça em Mato Grosso. 



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