• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

O dia da toalha não é promoção de cama, mesa e banho

Vocês conhecem o meme “os humilhados serão exaltados”? Pois bem! Estamos em 2021. Os jovens nerds, no passado, foram humilhados pelos valentões da escola. Colocados em escanteio pela sua inabilidade social. Hoje são responsáveis por movimentar uma grande economia. Somente com produtos licenciados, no Brasil, o setor movimenta mais de R$ 20 bilhões.

Uma pesquisa realizada pela O&CO Inteligência com a Mindminers traçou o perfil do grupo:

- 40% estão entre 25 e 35 anos;

- 54% praticam exercícios físicos;

- 56% têm ensino superior completo;

- 94% assinam algum serviço de streaming;

- 78% acessam blogs e sites de notícia diariamente;

- 41% tem hábito de investir parte da sua renda

O mercado de consumo do público geek e nerd é uma grande representação da sua identidade. Identidade esta que materializa seus próprios heróis em carne, osso e alguns em papel. Bill Gates, Steve Jobs, Lisa Simpson, J.J Abrams, Tolkien e tantos outros, deram vida a arquétipos que incorporam com maestria a jornada do herói. Eles catapultaram nossos jovens geeks ao status de astros. 

O nosso instinto de nos organizarmos em grupos com hábitos semelhantes nunca teve a oportunidade de chegar nas escalas globais de hoje. A busca pelo pertencimento achou espaço, voz, imagem, potencial econômico e muito mais. 

A televisão, o cinema, a literatura, os esportes, a música, todas as grandes áreas do mundo pop foram bombardeadas com conteúdo geek. O maior sucesso de bilheteria da história do cinema é um filme de uma revista em quadrinhos. 

A força desta tribo urbana é tão potente que já tem seu próprio dia. Vinte e Cinco de Maio, o Dia do Orgulho Geek ou Dia da Toalha. A toalha é um objeto de extrema importância extraído do icônico Guia do Mochileiro das Galáxias. De acordo com ele, a toalha é um dos objetos mais versáteis do universo. 

“Você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla. Pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos. Você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon. Pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas e pesadas do rio Moth. Pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo. Enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (um animal estonteantemente burro, que acredita que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você — estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz). Você pode agitar a toalha em emergências para pedir socorro. E naturalmente pode usá-la para enxugar-se se ainda estiver razoavelmente limpa”. 

O Guia do Mochileiro das Galáxias, escrito por Douglas Adams, é a única trilogia de cinco livros do universo.

Forças gravitacionais, como essa, movem uma sociedade inteira em torno de novos mitos. Da mesma forma que Gilgamesh, Ulisses e Aquiles representaram uma era. Arthur Dent, Frodo e Luke Skywalker serão os representantes míticos do nosso tempo no futuro.

A metamorfose vista nos últimos anos reforça a máxima darwiniana de que a evolução é um processo contínuo de alterações. Estamos em plena mudança de eras e gerações. 

Como diriam certos heróis modernos, “Nerd is the new sexy”.

PS. 42 é a resposta para tudo.

 

Vander Muniz diz que é um curioso que adora multidisciplinaridade. Executivo da área de Tecnologia, Palestrante e Conselheiro de Startups. Acidentalmente foi trabalhar na área da Computação. Se especializou em Gestão de Negócios baseado em Dados e em tecnologias como Inteligência Artificial e Big Data. É formado em Ciência da Computação, especializado em Neurociência, Bioinformática e Inovação. É hosting do podcast Radio Space. É também um dos idealizadores da Space Community.



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