• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

América do Sul em convulsão - O fim do Estado

A América do Sul é composta por 12 países. Um que fala português (Brasil), nove de língua espanhola (Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela), o Suriname que tem como língua oficial o neerlandês (holandês) e a Guiana, onde predomina o inglês. A Guiana Francesa não é considerado país por ser uma região ultramarina da França.

Praticamente todos os países estão convulsionando, principalmente os de língua espanhola. E isso se explica pela forte tendência emocional do latino americano aliada ao desejo do heroísmo cinematográfico. Por isso estamos sempre em busca de um caudilho populista que resolva os problemas através de muita mágica e pouco trabalho. O Brasil não é diferente!

Por isso sempre queremos governos populistas que coloquem o Estado ao “meu serviço”, aos “meu caprichos”, e quando algo dá errado e não atende aos meus encantos a opção é sempre pela destruição, desmonte e destituição de qualquer força democrática, porque a imposição pela força não deixa de ser uma “mágica”. Morte e poder andam abraçados naqueles que pouco racionam e não veem futuro no trabalho e nas ciências.

O latino americano gosta de brincar com coisas sérias. Votar é apenas uma delas. E não conseguem conviver com as consequências de sua ludicidade extrapolante, por isso elegem os Tiriricas da vida, mas detestam as irresponsabilidades dos congressistas.

Soma-se a estes fatores a desestruturação do modelo de Estado vigente, inchado e abarrotado de instituições empregatícias que mais parecem entidades fantasmas pela pouca eficiência. O estado gosta mais dos problemas (gera emprego) do que da solução (finda crises). Por isso entre a paz e a guerra adoramos o conflito, pois proporciona muita reunião e pouca ação.

Como escreveu o cancioneiro argentino Dante Ramon Ledesma, “América Latina, Latina América, amada América de sangue e suor. Talvez um dia o gemido das masmorras; E o suor dos operários e mineiros; Vão se unir à voz dos fracos e oprimidos; E as cicatrizes de tantos guerrilheiros; Talvez um dia o silêncio dos covardes; Nos desperte da inconsciência deste sono; E o grito do sepé na voz do povo; Vai nos lembrar que esta terra ainda tem dono!”

E um dia quem sabe vai ter juízo para construir sua própria história para além dos seus caudilhos autoritários e corruptos! Até este dia viveremos de convulsão em convulsão.

 

João Edisom de Souza é Articulista, Professor de Ciências Política, Consultor Político, Gestor de Comunicação, Imagem e Crise, Comentarista político da rádio Jovem Pan, jornal da manhã. 



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