• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

O futuro a Deus pertence

            A frase era o bordão do ex-ministro da Justiça do Governo Geisel lá em 1975. Armando Falcão, ex-deputado federal pernambucano. Dizia isso quando não queria ou não podia responder a certos questionamentos da imprensa. Trago a lembrança e o tomo pros dias de hoje.

            O governador eleito Mauro Mendes vai começar uma gestão a partir de 1º. de janeiro com as contas do governo de cabeça pra baixo. O ambiente é de um grande valor em contas vencidas e não pagas. Por que? Perguntaria o leitor. Porque o governo gasta muito mais do que arrecada e não consegue cumprir os compromissos e nem prestar os serviços públicos. A razão disso está no descontrole das contas. De cada R$ 100 arrecadados sobram R$ 1,86 pra investimentos. O resto é gasto dentro do governo.

            Enquanto isso os chamados poderes, ou corporações, vivem num mundo à parte com duodécimos gigantes e prestam os mesmos péssimos serviços que o Executivo. São ilhas da fantasia protegidas pela Constituição estadual.  O governador Mauro Mendes já anunciou que mexerá nesses valores sob pena da crise financeira do governo estadual se expandir.

Aqui entram duas questões conexas: redução dos valores dos poderes e o aumento de impostos. Antes das duas questões, o governador precisará reduzir as despesas do Executivo até chegar no osso. Depois terá que discutir realmente com as corporações. Aumentar impostos é a pior das hipóteses. Ninguém aceita mais impostos. É um caminho muito fácil. Sempre se adota sob as mais esfarrapadas desculpas. Uma vez que iniciou a arrecadação do novo aumento de impostos as corporações o tomam imediatamente e incorporam no seu portfólio de despesas. Depois ninguém tira mais. Em pouco tempo surge a necessidade de se promover novos impostos. E o ciclo vicioso se repete indefinidamente.

O governador Mauro precisará fazer cortes profundos e simbólicos pra que os Tribunais de Justiça e de Contas, a Assembléia Legislativa, o Ministério Público e o funcionalismo público entendam que a brincadeira acabou!

O governo é refém das corporações citadas no parágrafo anterior. Não se justifica um Estado com tamanha produção esteja com o caixa tão arrebentado. As despesas subiram ao limite e precisam cair no espaço da racionalidade e da lógica. Pior. Se Mauro Mendes não conseguir decifrar essa equação do equilíbrio entre a receita e as despesas, seu governo começará morto! Luta dificílima...!

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

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