• Cuiabá, 16 de Junho - 00:00:00

Há mais ética no cabaré do que em Brasília

Já prestou atenção que desde o advento do governo Temer praticamente todas propostas legeferantes são no sentido de restringir despesas, retirando direitos e interrompendo programas sociais, sem que, porém, qualquer mexida tenha ocorrido na carga tributária, que só fez aumentar, porque, mesmo com a inflação controlada, os preços da energia elétrica, gasolina, mercado etc., só faz subir e subir?

Se diminui a despesa, sem diminuir as alíquotas dos mecanismos tributários de arrecadação, aonde vai parar o dinheiro? Está sendo usado para diminuir o déficit fiscal, como alega a propaganda oficial?

Não! Pelo visto, literalmente falando, está sendo distribuído, em mãos, dentro dos gabinetes palacianos e enchendo malas até quase estourar, guardadas por aí, em qualquer lugar.

Trata-se de um assalto à luz do dia, sem os meliantes sequer esconderem a cara ou preocuparem-se com dissimular os fatos, contra os quais, diante dos áudios e das imagens, não há argumentos palatáveis.

E muitos, senão a maioria, continuam no exercício do mandato, como se nada tivesse acontecido, sendo suficiente dizer ser inocente, mesmo pegos com a arma e o produto do crime nas mãos.

Brasil, brasileiro, país onde sobra dinheiro, mas o povão passa fome e necessidade o ano inteiro.

Triste sina deste lugar, no qual tudo o que planta dá, só não dá para a Casa Grande aceitar que a Senzala tem direito, em pleno século XXI, açoitada como vagabunda parideira, que faria filho em troca de dinheiro, almejando o bolsa-família.

Se ajuntado todo recurso distribuído pelo programa citado acima para milhões de famílias terem ao menos uma cesta-básica durante o mês para comer e não morrer, com o compromisso de manter os filhos na escola e vacinas em dia, não dá a dinheirama das verbas indenizatórias recebidas pelos homens e mulheres de preto, muito menos a quantia da bolsa-propina paga até com gratificação natalina, tampouco as malas dum Gedel Vieira Lima, aviãozinho, conforme alcunha a gíria, peixe pequeno perto dos tubarões, que, com apoio dos patos e dos paneleiros, tomaram de assalto o Distrito Federal.

O Brasil tem sido tratado pelas altas autoridades como sendo um puteiro, do Oiapoque ao Chuí, sem querer ofender as putas, os putos e os cabarés, haja vista haver mais ética e transparência nesses lugares, bem como mais dignidade nessas pessoas da vida, do que nos palacetes e nos mensageiros da morte.

Para virar um puteiro, as elites dirigentes precisam avançar, pois até lá há regras, o recurso aplicado é revertido em serviços, o combinado é cumprido.

Na Capital Federal, hoje em dia, a suruba perdeu o controle, mantendo apenas uma coisa sem mudar, o fudido final, nossa gente trabalhadora e ordeira, vítima de toda essa roubalheira, praticada por essa matilha de canalhas, bandidos e assassinos, que falam bonito, vestem-se com terno e gravata e sacaneiam nosso povo o tempo todo, entre uns drinks do melhor whisky e outras mordomias, financiado por nós, é óbvio, feitos de palhaços ou macacos de circo, para quem basta sorrisos ou pipocas.


Paulo Lemos é advogado em Mato Grosso.
paulolemosadvocacia@gmail.com



2 Comentários

  • Valentin Pazini disse:
    15 de Setembro

    Parabéns Dr. Infelizmente é isso mesmo. Essa semana assustei qdo minha esposa falou o gás está 110,00. Precisamos fazer o q Sérgio Moro disse: Voto nulo no ano q vem!

  • Valentin Pazini disse:
    15 de Setembro

    Parabéns Dr. Infelizmente é isso mesmo. Essa semana assustei qdo minha esposa falou o gás está 110,00. Precisamos fazer o q Sérgio Moro disse: Voto nulo no ano q vem!


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