O filme ('A Vigilante do Amanhã'), de Rupert Sanders, baseado em mangá de Masamune Shirow, apresenta questões essenciais. Uma delas é constatar que, enquanto se vive um momento de indispensável empoderamento de mulheres e Movimentos LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), novas discussões ganham espaço.
Uma delas é a relação ética entre ser humano/máquina. No filme, a protagonista tem corpo de robô com cérebro e alma humanos. Surge um diálogo complexo, difícil e necessário entre a matéria e a mente. O título em inglês, 'Ghost in the Shell', alude à frase “the ghost in the machine”, de Gilbert Ryle, em 'The Concept of Mind'.
O filósofo britânico critica nela a ideia do francês Descartes da diferença fundamental entre corpo ('shell') e mente ('ghost'). A expressão também é o título de livro do escritor Arthur Koestler, que aponta um movimento da humanidade rumo à autodestruição, principalmente na arena das armas nucleares.
Tudo isso leva à frase 'Não somos definidos por nossas lembranças; o que fazemos é o que nos define', fundamental no filme. Atualmente, a ação vem tomando o espaço do pensar. As demandas do mundo nos cercam e devoram e responder com o que se realiza surge como o único caminho. E, se nos esquecemos de vigiar o presente, imagine o amanhã...
Oscar D'Ambrosio, Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais, atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp.
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