• Cuiabá, 13 de Fevereiro - 00:00:00

'Não me curvarei aos desmandos de secretário', desabafa Stringueta

  • Artigo por Flávia Borges - Foco Cidade
  • 12/04/2017 10:04:40
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O delegado da Polícia Judiciária Civil, Flávio Stringueta, que comandou a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) desde maio de 2011, decidiu “desabafar” em uma rede social após ter sido transferido para a 2ª Delegacia de Polícia.

Segundo Stringueta, sua remoção foi feita de forma autoritária, sem motivação expressa, pré-requisito indispensável a qualquer ato administrativo. “Até ontem, terça-feira (11), o nosso Delegado Geral não teve a decência, consideração, ou mesmo delicadeza, de me chamar para uma conversa sincera sobre o ocorrido. Agiu com covardia, transferindo a sua responsabilidade para o Dr. Veiga, que hoje acumula as Diretorias de Atividades Especiais e Metropolitana, e que me afirmou que não tem o que me informar sobre o porquê dessa remoção repentina de uma unidade de elite da PJC/MT para uma indesejável pela maioria dos policiais (2° DP), dando-me a convicção de que foi um ato com motivação pessoal, totalmente desprovido de interesse público”, afirmou o delegado.

Ele ainda “disparou” críticas ao secretário estadual de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas. “As digitais do Secretário de Segurança Pública de MT aparecem reluzentes nessa redoma que encobre a real motivação para explicar o inexplicável, o que nos remete aos tempos negros da pior ditadura militar vividos neste país, condição de vida que até me dá saudades, onde os direitos da população eram extremamente limitados”, afirmou Stringueta.

“Triste, covarde e autoritária a conduta do DG Fernando Vasco, em cuja pessoa eu cheguei a depositar expectativas de uma mudança na forma de agir e pensar da diretoria da PJC/MT, e me decepcionei profundamente. Entra diretoria, sai diretoria, as condutas se repetem, o que acaba me tirando a esperança de ver uma forma dinâmica e corajosa de gerir a nossa instituição. Continuam provincianas. Eu não me curvarei aos desmandos de pessoas que se mostram, com suas atitudes, despreparadas para as funções que desempenham, no caso o Dr. Fernando Vasco e DR. Rogers Jarbas. A propósito, este último ainda não nos mostrou qual foi a vantagem que a PJC/MT teve em ter um Delegado de Polícia como Secretário de Segurança Pública. Creio que nem a PM/MT sabe nos informar alguma vantagem em ter um policial na mais alta posição da segurança pública de um estado”, continuou o delegado.

A assessoria de imprensa da Sesp foi procurada, mas afirmou que não vai se posicionar sobre o assunto.

Já a Gcom afirma que não quer polemizar, mas que a troca é um ato discricionário do secretário e/ou diretor geral e que obedeceu a critérios meramente técnicos em função do planejamento das ações de segurança.

Confira a íntegra da publicação:

“Meus amigos. Tecerei aqui algumas verdades sobre a minha saída da GCCO, unidade que estou como titular desde o mês de maio de 2011, portanto há quase 6 anos, com uma passagem de cerca de 50 dias pela DAE. Qualquer outra versão que ouvirem, desconfiem, pois estará maquiada pelo interesse político de esconder como o sistema funciona.
Minha remoção da GCCO foi feita de forma autoritária, sem motivação expressa, pré-requisito indispensável a qualquer ato administrativo. Até ontem, terça-feira (11), o nosso Delegado Geral não teve a decência, consideração, ou mesmo delicadeza, de me chamar para uma conversa sincera sobre o ocorrido. Agiu com covardia, transferindo a sua responsabilidade para o Dr. Veiga, que hoje acumula as Diretorias de Atividades Especiais e Metropolitana, e que me afirmou que não tem o que me informar sobre o porquê dessa remoção repentina de uma unidade de elite da PJC/MT para uma indesejável pela maioria dos policiais (2° DP), dando-me a convicção de que foi um ato com motivação pessoal, totalmente desprovido de interesse público.
As digitais do Secretário de Segurança Pública de MT aparecem reluzentes nessa redoma que encobre a real motivação para explicar o inexplicável, o que nos remete aos tempos negros da pior ditadura militar vividos neste país, condição de vida que até me dá saudades, onde os direitos da população eram extremamente limitados.
Vemos hoje uma limitação implícita ao direito de se expressar, não nos sendo permitido contrariar/criticar as ações do Governo e da SESP.
Não pensava em me perpetuar na titularidade da GCCO, mas esperava ser tratado com um mínimo de respeito, direito de qualquer servidor. Triste, covarde e autoritária a conduta do DG Fernando Vasco, em cuja pessoa eu cheguei a depositar expectativas de uma mudança na forma de agir e pensar da diretoria da PJC/MT, e me decepcionei profundamente. Entra diretoria, sai diretoria, as condutas se repetem, o que acaba me tirando a esperança de ver uma forma dinâmica e corajosa de gerir a nossa instituição. Continuam provincianas.
Eu não me curvarei aos desmandos de pessoas que se mostram, com suas atitudes, despreparadas para as funções que desempenham, no caso o Dr. Fernando Vasco e DR. Rogers Jarbas. A propósito, este último ainda não nos mostrou qual foi a vantagem que a PJC/MT teve em ter um Delegado de Polícia como Secretário de Segurança Pública. Creio que nem a PM/MT sabe nos informar alguma vantagem em ter um policial na mais alta posição da segurança pública de um estado.
Fico triste quando percebo que a forma de fazer política e polícia no MT ainda é baseada em interesses mais pessoais do que institucionais.
Rogo a Deus que ilumine as mentes desses gestores, para que não façam mais com outros servidores o que estão fazendo comigo. A sociedade agradecerá.
Se a intenção desse ato de remoção compulsória era me derrubar, informo que já aprendi a cair e me levantar mais forte. Não foi a primeira vez que fui tratado assim por nossos administradores, e infelizmente creio que não será a última.
Despeço-me de vocês com a cabeça erguida, com a certeza que cumpri minhas atribuições enquanto à frente desta Gerência. Desejo ao Dr. Diogo, meu amigo, que tenha uma excelente gestão à frente desta unidade especializada, podendo contar comigo em qualquer situação.
Desejo a todos vocês sucesso, e lhes peço que continuem agindo com o mesmo profissionalismo, companheirismo e lealdade que tiveram comigo.
Força e Honra a todos.
Forte abraço.
Dr Flávio Henrique Stringueta.”
Delegado de Polícia
Cuiabá/MT



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