Paulo Amorim
Em um cenário cada vez mais digitalizado, a segurança cibernética deixou de ser uma preocupação restrita às áreas técnicas das empresas para se tornar uma questão estratégica de sobrevivência e competitividade. O Brasil, em particular, tem enfrentado uma escalada alarmante de ataques cibernéticos, evidenciando a necessidade urgente de repensar investimentos e políticas de proteção digital.
Segundo dados do FortiGuard Labs, o país foi alvo de impressionantes 356 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em 2024. Esse número coloca o Brasil entre os países mais visados por cibercriminosos, com uma média de 1.379 ataques por minuto. Além disso, o impacto econômico desses ataques é devastador: estima-se que tenham causado prejuízos de até R$ 2,3 trilhões à economia brasileira no mesmo ano.
Casos emblemáticos reforçam a gravidade da situação. O ataque ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) resultou no desvio de milhões de reais do governo federal, comprometendo a integridade de dados sensíveis. Empresas privadas também não estão imunes: a Netshoes sofreu um vazamento de dados que expôs informações de milhares de clientes, enquanto a Braspress enfrentou um ataque de ransomware que paralisou suas operações logísticas.
Diante desse panorama, é evidente que investir em segurança digital transcende a esfera técnica. Trata-se de uma decisão estratégica que envolve a proteção de ativos, a confiança dos clientes e a continuidade dos negócios. Instituições financeiras brasileiras já reconhecem essa realidade, e destinaram mais de R$ 47 bilhões em segurança cibernética até o final de 2024, segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) -o que representa aproximadamente 10% de seus orçamentos em tecnologia.
Portanto, é imperativo que empresas de todos os setores e tamanhos adotem uma postura proativa em relação à segurança digital. Isso inclui não apenas investimentos em tecnologia, mas também em treinamento de pessoal, desenvolvimento de políticas de segurança e integração da cibersegurança à estratégia corporativa. Mais do que nunca é preciso entender o investimento em governança e segurança de tecnologia como um investimento estratégico que fará diferença no presente e futuro.
* Paulo Amorim é engenheiro Mecânica Nuclear pela Universidade de Utah (EUA), MBA pela BYU Marriott Business School of Business, CEO e fundador da K2A Technology Solutions.
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