A vereadora Katiuscia Manteli (PSB), primeira secretária da Câmara Municipal de Cuiabá, usou a tribuna para defender vítimas de abuso e cobrar a apuração rigorosa de dois casos recentes que chocaram a capital e o estado. Em tom firme, ela pediu punição exemplar aos envolvidos e criticou a estrutura de impunidade que ainda protege agressores.
"Quem tocar em nossas crianças vai enfrentar não só a justiça dos tribunais, mas a sociedade, as mães, mulheres e representantes do povo. Nós somos a linha de defesa entre o abuso e a impunidade. Nós exigimos punição. E não vamos recuar", declarou.
A manifestação da parlamentar faz referência a dois casos distintos: o assédio e perseguição de menores por um servidor do Ministério Público de Mato Grosso, em Cuiabá, e a denúncia de estupro de vulnerável e produção de pornografia infantil que levou à prisão de um vereador e médico no município de Canarana.
Em nome das mães de Cuiabá e de todo o estado, Katiuscia exigiu "rigor absoluto nas investigações", o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a responsabilização exemplar de qualquer agente público ou político que cometa, acoberte ou minimize crimes contra crianças.
Durante seu discurso, ela também criticou a naturalização de relações desiguais de poder, como a que envolve um homem de 40 anos e uma adolescente de 15. Katiuscia refutou a ideia de que crianças possam seduzir, e citou o caso de uma das vítimas identificadas: um bebê de apenas dois anos.
A vereadora reforçou que a "blindagem" que muitas vezes protege os autores de violência — sustentada pela impunidade, pelo machismo e pela conivência silenciosa — "está rachando" e "vai cair".
Entenda os casos
Um dos casos que motivaram o discurso envolve um servidor do Ministério Público de Mato Grosso, identificado como B.N.S.F., de 55 anos. Ele foi flagrado por câmeras de segurança assediando e perseguindo duas meninas, de 11 e 12 anos, no bairro Jardim Colorado, em Cuiabá.
O servidor foi afastado cautelarmente de suas funções e um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi instaurado. A Polícia Civil conduz investigação paralela. Apesar da gravidade do flagrante, o homem foi ouvido e liberado.
O segundo caso diz respeito ao médico e vereador T.B. de 40 anos, preso no dia 31 de maio em Canarana, a 642 km de Cuiabá. Ele é acusado de produção, armazenamento e compartilhamento de material de abuso infantil.
As investigações apontam que o médico mantinha um "relacionamento" com uma adolescente de 15 anos, tratada como "escrava sexual". A Polícia Civil já identificou sete vítimas, com idades entre dois e 15 anos. A prisão em flagrante de T. foi mantida em audiência de custódia.
Fonte: Assessoria
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