Por Carlos Rydlewski/Portal Metrópoles
O dólar fechou em queda de 0,92%, cotado a R$ 5,70, nesta segunda-feira (31/3). Com o resultado, a moeda americana registrou desvalorização de 3,56% frente ao real em março. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), caiu 1,25%, aos 130.259 pontos.
Nesta semana, destacam analistas, os mercados tendem a operar sob forte volatilidade, como ocorreu nesta segunda, com o início da vigência das tarifas recíprocas, impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A previsão é que essas sobretaxas comecem a valer na quarta-feira (2/4). O republicano chama a data de “Dia da Libertação”.
Diante dessa perspectiva, diz Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos, observa que os investidores correm para “portos seguros”. Isso significa que a tendência é que busquem proteção em ativos como o ouro e fujam do de mercados como de ações.
Ouro e Bolsas
Às 16 h, não por acaso, o ouro anotava valorização de 1,30%, cotado a US 3.154 a onça (o equivalente a 31 gramas). Ao mesmo tempo, as Bolsas caíram pelo mundo. Na Ásia, o Nikkei, índice da da Bolsa de Tóquio, liderou as perdas do dia com recuo de 4,05%. Seul caiu 3%; Hong Kong, 1,31%; e, na China continental, o Xangai Composto baixou 0,46%.
Na Europa, a situação não foi diferente. O índice Stoxx 600, com dados de empresas de 17 países da Europa, fechou em queda de 1,47%. O DAX, de Frankfurt, afundou 1,33% e o FTSE 100, de Londres, perdeu 0,88%.
Queda no Brasil
No Brasil, observa o analista Vieira Junior, o Ibovespa seguiu na mesma direção. Fechou em queda de 1,25%. Em Nova York, no entanto, os principais índices das Bolsas conseguiram se recuperar ou reduziram as perdas. Às 15h25, (de Brasília), o Dow Jones subia 0,76% e o S&P 500 avançava 0,20%. O Nasdaq, que concentra ações de tecnologia, foi no sentido contrário e caía 1,11%.
Dólar em baixa
Considerado o quadro de aversão ao risco por parte dos investidores, o dólar, em tese, deveria se valorizar em relação ao real. Deu-se, contudo, o contrário. A moeda americana fechou em queda de 0,94% frente a divisa brasileira. O real apresentou um resultado melhor, se comparado com outros emergentes. O peso mexicano, por exemplo, caiu cerca de 0,50%.
Batalha da Ptax
Vieira Júnior observa que, como esta segunda-feira foi o último dia do mês, nessas ocasiões o mercado de câmbio trava o que os analistas chamam de a “guerra da Ptax”. A Ptax é uma média do preço do dólar em relação ao real, calculada pelo Banco Central (BC). Ela serve de referência para contratos de câmbio.
No fim do mês, empresas e investidores tentam influenciar a cotação da moeda americana para que a média lhes seja favorável. Com isso, esses grupos vendem ou compram grandes quantidades de dólar para puxar o preço da moeda, quer para cima, quer para baixo, afetando a média final.
“Também houve declarações de membros do Banco Central, reforçando o compromisso para alcançar a meta de inflação de 3%”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da fintech Nomad, citando outro fator para a valorização do real frente ao dólar nesta segunda-feira.
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