Da Redação
“É fundamental estabelecer uma distinção clara entre produtos provenientes de áreas de desmatamento ilegais e aqueles produzidos em áreas onde o desmatamento é legalmente permitido. Sem essa diferenciação, o setor agropecuário brasileiro pode sofrer graves prejuízos, impactando diretamente a economia e os milhares de empregos gerados pelo agronegócio."
O alerta foi acentuado pelo senador Wellington Fagundes (PL/MT) - em reunião com o embaixador do Brasil na União Europeia, Pedro Miguel Costa e Silva.
O senador, que também é presidente da Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura (Frenlogi), integra a “Missão Europa 2024” realizada pela Aprosoja/MT (Associação dos produtores de soja e milho).
A pauta central do encontro com o embaixador foi a “Lei Antidesmatamento”, que a União Europeia pretende implementar a partir de 30 de dezembro deste ano, proibindo a importação de produtos agropecuários provenientes de áreas desmatadas após 2020, mesmo que o desmatamento tenha ocorrido de forma legal.
Durante a reunião, Fagundes ressaltou a importância de uma análise detalhada e criteriosa antes da entrada em vigor da nova regulamentação.
A comitiva destacou que, embora o Brasil tenha avançado em suas políticas de preservação ambiental e combate ao desmatamento ilegal, a nova legislação europeia não considera rigorosas as complexidades e particularidades regionais. "Nossos produtores, que seguem a legislação ambiental brasileira, não podem ser penalizados por uma medida que não faz essa distinção. Precisamos garantir que os critérios sejam justos e equilibrados", defendeu o senador.
Fagundes e os representantes da Aprosoja pediram ao embaixador que atue de forma incisiva para defender os interesses dos produtores brasileiros, principalmente aqueles que estão em conformidade com a legislação ambiental. A preocupação é que a “Lei Antidesmatamento” gere uma barreira comercial desproporcional, afetando qualidades nas exportações do Brasil para o bloco europeu, uma das principais rotas de escoamento de produtos agrícolas.
Com a implementação da lei se aproximando, as discussões em torno da regulamentação já ganham grande repercussão no Congresso Nacional. Nesta semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também solicitou que o governo federal avance nas negociações com as autoridades europeias, buscando garantir que os produtores brasileiros não sejam prejudicados.
Na Holanda, a comitiva da Aprosoja MT tem aproveitado para tratar de assuntos pertinentes como este, que podem impactar o cenário econômico brasileiro. “Estamos fortalecendo a imagem da nossa agricultura em cada visita e ampliando nosso diálogo, tendo em vista a importância da União Europeia, principalmente para Mato Grosso. Não podemos perder o que foi conquistado com tanto critério e esforço. Aqui, defendemos os interesses do Brasil, para que sejam devidamente representados”, ressalta o senador.
Com Assessoria
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