Da Redação
“Acredito que não serão aprovados. O Brasil e o mundo estão muito atentos a essas aberrações que podem convencer determinado setor, mas o conjunto congressista, acredito que não. E haverá uma pressão da comunidade internacional muito grande. Se o Brasil já não está com uma boa imagem, vai ficar ainda pior”, criticou o deputado estadual Valdir Barranco (PT), durante entrevista realizada em uma emissora de rádio em Cuiabá.
Ele se posicionou contra "os projetos em tramitação na Câmara Federal que visam a retirada de Mato Grosso da área da Amazônia Legal" – proposto pelo deputado federal Juarez Costa (MDB) e defendida por outros parlamentares.
Observou que as medidas propõem a possibilidade de exploração em terras indígenas
O parlamentar classificou as matérias como “eleitoreiras” e acentuou que "compartilha da opinião da correligionária, a deputada federal professora Rosa Neide, que é crítica de ambas as pautas". Para Barranco, "os dois projetos não devem passar pela Câmara".
Ao defender a proposta que retira o estado do bioma amazônico, Juarez Costa afirmou, em resumo, que o intuito da matéria é dar permissão ao Estado para produzir mais sem prejuízo ao meio ambiente.
“Eu sou biólogo. Isso é impossível, e nós sabemos que isso é jogar para a plateia. Não se retira um estado de um bioma simplesmente por lei. Tem todo um estudo geográfico, estudo de biodiversidade, que caracteriza a fauna e a flora daquele local. Projeto eleitoreiro”, disparou o deputado.
Já o avanço da segunda pauta, que regulamenta a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em reservas indígenas, foi vista por Barranco como uma jogada do presidente Jair Bolsonaro para colocar as mãos nas terras indígenas.
“Esse é outro absurdo. É uma tentativa do Governo Federal de agradar alguns setores e de se apropriar dos minérios que estão nas terras indígenas. O objetivo dele é se apropriar não só dos minérios, mas da terra como um todo”, criticou.
A matéria ficou parada na Câmara dos Deputados desde 2020 e no início deste mês, apesar de protestos de ambientalistas e povos indígenas, teve a tramitação com urgência aprovada pelos deputados federais.
Segundo Barranco, o descongelamento da matéria se deu graças a uma manobra do presidente diante da guerra na Ucrânia e o prejuízo na importação de fertilizantes para o Brasil. Isso porque o mesmo já defendeu o projeto, em reiterados discursos, para exploração de potássio - minério mais requisitado para produção de fertilizantes –, apesar de estudos revelarem que as maiores reservas desse minério não estão dentro de terras indígenas.
“A desculpa dos fertilizantes é a saída que ele encontrou para tentar aprovar em tempo, que é o principal objetivo dele, de se apropriar não só dos minérios, mas da terra como um todo. É um jogo sujo e baixo porque comprovadamente nós temos outras reservas de fertilizantes que não estão em terras indígenas e não estão sendo explorados também”, criticou Barranco.
Com Assessoria


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