Rafaela Maximiano - Da Redação
Em eleição suplementar ao Senado no último dia 15 de novembro, Carlos Fávaro (PSD-MT), foi eleito senador por Mato Grosso na vaga aberta com a cassação da ex-senadora Selma Arruda, e de seus dois suplentes. Fávaro teve 371.875 votos, ou 25,9% do total, numa disputa com outros 10 candidatos. O empresário, que já exercia o mandato desde a cassação da Juíza Selma, ficará no Senado até 31 de janeiro de 2027.
Na Entrevista da Semana o FocoCidade conversou sobre sua eleição, os apoios que recebeu, a divisão de forças nas eleições municipais para Cuiabá, entre outros pontos e seus projetos como Senador.
Carlos Fávaro firma que "em hipótese alguma será candidato a governador em 2022" e que a preferência é apoiar a reeleição do atual governador Mauro Mendes. Em avaliação desses sete meses de mandato afirma que presenciou na prática, a força que tem um parlamentar dentro do atual governo Bolsonaro direcionando recursos para seu estado de origem, e que irá defender a implantação de uma malha rodoferroviária forte para escoação da produção mato-grossense, entre outras frentes.
Produtor rural, já comandou a Aprosoja e foi vice-governador de 2014 a 2018, quando saiu para disputar o cargo de Senador por Mato Grosso, avalia que as reformas tributária e administrativa são muito relevantes para o Brasil te um poder público mais eficiente, justo e prestador de serviços à população.
Quanto ao apoio que seus pares, os senadores Wellington Fagundes e Jayme Campos, declararam a seu então adversário, Nilson Leitão na eleição suplementar, Carlos Fávaro disse que “a eleição passou e democracia é isso: cada um tem o direito de apoiar e formar seus grupos políticos. Agora é trabalhar por Mato Grosso, os três senadores, unidos pelo estado, pelos municípios e pelos mato-grossenses”.
Confira a entrevista na íntegra:
Senador, qual a análise o senhor faz sobre a eleição suplementar no campo dos apoios que recebeu, contando com o governador Mauro Mendes e também líderes natos como o ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi - foram preponderantes para sua vitória?
Foi uma eleição muito difícil, muito trabalhada, mas com um sabor de unidade de grupo. Claro que foi muito importante o apoio do governador Mauro Mendes, da primeira-dama Virgínia Mendes, do ministro Blairo Maggi, dos dez deputados estaduais, dos deputados federais, como o coordenador da bancada Neri Geller, o Carlos Bezerra, o Juarez Costa; a coordenação com prefeitos, vereadores, a conexão foi fundamental. Eleição não se ganha sozinho, se ganha com grupo e, mais uma vez, ficou provado nessa eleição que quem tem um grupo forte vence eleições e ajuda o povo do seu Estado e eu fiquei muito feliz de ser a figura que uniu esse grupo para vencer. Isso reforça muito também o compromisso de ajudar a eleger esse grupo nas eleições de 2022 e 2024.
Natural vencer o Emanuel Pinheiro. Parabéns a ele pelo trabalho que fez e agora é trabalhar por Cuiabá e por Mato Grosso.
Em relação ao campo das eleições municipais e a disputa acirrada em Cuiabá, foi a exposta divisão de forças desse mesmo grupo, já que Mauro Mendes respaldou o derrotado Abílio Júnior e Blairo Maggi validou a reeleição do prefeito Emanuel Pinheiro. Qual sua interpretação sobre esse quadro?
Vejo com naturalidade. O pleito já vinha dividido desde o começo. Nós conseguimos conciliar muito bem a eleição do Senado com as eleições municipais porque sabíamos que tinha essa divisão. Declarei que não votaria no Abílio Junior, até porque não recebi o apoio dele para o Senado e também não o considerava preparado para ser prefeito de Cuiabá. Natural vencer o Emanuel Pinheiro. Parabéns a ele pelo trabalho que fez e agora é trabalhar por Cuiabá e por Mato Grosso.
O que espera da gestão Emanuel Pinheiro no próximo mandato?
A expectativa é que ele cumpra o compromisso firmado com a população, que ajude a desenvolver Cuiabá porque estaremos todos juntos ajudando para o bem de Cuiabá e dos cuiabanos.
Existe uma chance de aproximação entre o prefeito Emanuel Pinheiro e o governador Mauro Mendes?
Tomara que sim. Acho que quem ganha com isso é a população cuiabana. Não precisam ser amigos. Na política, se não quer ser amigo, não precisa. O que precisa é entender os cargos institucionais que têm um e outro. Um é Governador do Estado e outro é o Prefeito da Capital e precisam trabalhar em prol da população. Amizade é outra coisa.
Em relação às eleições 2022, o senhor descarta concorrer ao governo? Há rumores nos bastidores sobre essa possibilidade...
Em hipótese alguma. Tenho compromisso com o nosso grupo político, compromisso com o governador Mauro Mendes. Ele nunca falou que é candidato à reeleição, mas é óbvio que ele é o nosso candidato preferido, fruto do grande trabalho de consertar o Estado de Mato Grosso em dois anos. E o tanto de obras e investimentos que fará nestes dois anos ainda de mandato o credenciará para continuar sendo governador de Mato Grosso por mais quatro anos a partir de 2022 e, sem dúvida, será o nosso candidato.
Sobre o Senado - quais os pontos principais que defenderá em seu mandato?
Vou trabalhar muito pela infraestrutura logística, ajudar Mato Grosso a se tornar um grande entroncamento rodoferroviário, trazendo a Ferronorte a Cuiabá e até o Médio-Norte mato-grossense; vou trabalhar para que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, concretize a ordem de serviço para que a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) chegue até Água Boa; vou trabalhar junto aos órgãos licenciadores para conseguir a licença da Ferrogrão de Miritituba (PA) até Sinop e, com isso, fazer deste Estado, esse entroncamento rodoferroviário que vai dar oportunidades, competitividade a Mato Grosso e oportunidade de emprego para nossa gente.
Também vou trabalhar na área da Educação para consolidar os projetos de lei de minha autoria que criam as universidades federais do Nortão e do Araguaia, em Sinop e Barra do Garças, respectivamente, para que nós possamos ampliar o ensino superior público de qualidade no nosso Estado que tem dimensões continentais. Vou buscar, com muita dedicação, a regularização fundiária, principalmente aos pequenos e médios produtores rurais que merecem a carta de alforria para ter competitividade.
Alterar a legislação para que nós possamos ter uma regularização ambiental que cumpra o Código Florestal, mas que simplifique e dê também a liberdade e a segurança jurídica que os produtores rurais que precisam para trabalhar com responsabilidade. Além desses temas, temos as reformas tributárias e administrativas, que são pontos que nós vamos debater com a sociedade para melhorar a máquina pública brasileira.
Inclusive, estes pontos já foram temas de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro. Como foi?
Exatamente. Agradeci o convite que ele me fez para ir ao Palácio do Planalto e me coloquei à disposição do governo, eu que já venho votando, nesses sete meses, como base do governo Jair Bolsonaro, mas, claro, tendo independência para me posicionar e sempre lembrando que sou senador por Mato Grosso e, em primeiro lugar, vou defender o Estado de Mato Grosso e os mato-grossenses, mas ajudar para que o Brasil venha a ter o melhor superávit apesar das dificuldades da pandemia, aprovar as reformas tão relevantes e fazer do nosso estado e do Brasil exemplo para o mundo. Esse foi o tema do diálogo com o presidente. Fiquei muito feliz com a tratativa, com a receptividade e tenho certeza de que seremos parceiros pelo bem do Brasil.
Emendas mesmo impositivas, passam pela relutância de liberação e plena execução pelo Governo Federal. Como estão as tratativas com o presidente Bolsonaro?
As tratativas estão indo muito bem. Vamos votar, em breve, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e, no começo de janeiro, votar a Lei Orçamentária Anual (LOA) já com as emendas impositivas para que nós possamos ajudar os municípios mato-grossenses e o estado de Mato Grosso. É fundamental e é bom ressaltar que o compromisso feito pelo presidente Jair Bolsonaro em 2018 - quando falava que o governo iria ser “menos Brasília e mais Brasil” - era para que os recursos chegassem mais na ponta, nos municípios, nos estados, que é onde mora e vive a população, e isso vem acontecendo.
Eu, por exemplo, nesses sete meses de mandato, que não tive emenda impositiva ainda, liberei mais de R$ 100 milhões para Mato Grosso e vi, na prática, a força que tem um parlamentar dentro deste governo Bolsonaro e por isso tenho certeza que vamos poder ajudar muito o Estado e os municípios com recursos para realizar as políticas públicas.
Levando em consideração que os senadores Wellington Fagundes e Jayme Campos apoiaram seu então adversário, Nilson Leitão na eleição suplementar, o alinhamento nas ações destinadas a Mato Grosso segue sem rusgas?
Sem problema nenhum. A eleição passou e democracia é isso: cada um tem o direito de apoiar e formar seus grupos políticos. Agora é trabalhar por Mato Grosso, os três senadores, unidos pelo estado, pelos municípios e pelos mato-grossenses.
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