Rafaela Maximiano - Da Redação
Os desafios legais e econômicos vivenciados pelas empresas devido à pandemia do novo Coronavírus irão continuar, mesmo após o fim dela. É o que analisa a conselheira do Conselho Regional de Contabilidade de Mato Grosso (CRC-MT), e consultora em contabilidade no Estado, Silvia Cavalcante.
Os pontos principais da atual crise são as relações trabalhistas e a sustentabilidade econômica da empresa, segundo Silvia. Com exceção das atividades consideradas essenciais, todos os demais serviços se mantiveram inoperantes ou atuando em home office e no caso do comercio apenas o serviço delivery.
“Já começamos a dar os primeiros passos para a retomada das atividades, com a possibilidade da abertura do comercio, mas mesmo assim, não deve pôr fim a uma série de problemas gerados pela crise e que vem impactando diretamente os negócios das empresas. Com o governo federal apontando certas sinalizações, enquanto os governos estaduais e municipais anunciam outras, as empresas e o consumidor continuam a viver uma grande instabilidade que não se sabe quando irá acabar”, ponderou.
Segundo a contadora, a Medida Provisória (MP) 936, editada em 1° de abril com o objetivo de evitar demissões durante a crise, prevê que os empregadores podem reduzir a jornada de trabalho e o salário de empregados na mesma proporção, ou ainda buscar linhas de créditos a juros mais baixos, enquanto durar o estado de calamidade pública decretado pelo governo federal, mas, esta MP é válida até o dia 29 de julho e como já foi prorrogada ela precisa virar lei para continuar oferecendo esses benefícios.
Silvia cita que setores e comércios, como cinemas, restaurantes, shoppings e casas de shows devem enfrentar uma retomada mais lenta devido a questão da aglomeração. “Mesmo que a rotina normal seja autorizada, o que já é difícil, é pouco provável que os negócios efetivamente voltem à normalidade no curto e médio prazo, sem falar de eventuais alterações estruturais no comportamento dos consumidores, o que continuará pressionado esses segmentos", disse.
Neste momento, as empresas estão renegociando as dívidas e postergando o pagamento de contas, mas o acúmulo dessas despesas será agravado com o passar do tempo. "Os empresários já negociaram inúmeros contratos e contas, mas o movimento de retomada pode não ser suficiente, o que poderá gerar novas negociações e até recuperações judiciais. Isso porque, com as empresas já endividadas, quando chegar o período de pagamento elas terão somadas as contas anteriores e as novas, o que pode dar início a um novo ciclo de inadimplência, e não sabemos até quando o governo federal conseguirá manter as intervenções econômicas", reiterou a contadora.
Além das recuperações judicias como remédio econômico para a empresa, Silvia Cavalcante, aconselhou a contratação de consultorias jurídicas e contábeis para recuperar a empresa. “A recuperação judicial é vista com preconceito em nosso país, mas é uma medida muito segura. Além do mais um consultor pode apontar outras medidas que ajudem a enxugar os gastos da empresa bem como as novas mudanças e adaptações que muitas empresas deverão fazer para operar de forma digital e com o foco no e-commerce para garantir a sustentabilidade dos negócios”.
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