• Cuiabá, 07 de Setembro - 2025 00:00:00

“Uma espécie de lei da irresponsabilidade fiscal”, dispara Vivaldo Lopes sobre fim da punição para municípios


Da Redação - FocoCidade

Economista Vivaldo Lopes avaliou como “uma espécie de lei da irresponsabilidade fiscal” a aprovação pela Câmara Federal do Projeto de Lei Complementar (do Senado) que permite aos municípios receberem transferência voluntárias – além de contratarem operações de crédito – sem obedecer à risca as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) em relação às despesas com pessoal.

Destacou que “mesmo com o rigor da LRF a maioria dos municípios gasta mais de 60% da receita líquida com pessoal, imagina se afrouxar esse limite. Vai se transformar numa verdadeira farra de gastos”.

O economista pontuou ainda que “o afrouxamento do controle de gastos sobre os municípios vai gerar uma montanha de dívidas que mais tarde serão absorvidas e refinanciadas pelo Tesouro Nacional e toda a nação vai pagar”.

Câmara Federal

O PLC foi aprovado ontem pelo Plenário da Câmara Federal por 300 votos a 46 – e agora segue à sanção presidencial.

O projeto prevê exceção para os municípios cuja receita real tenha queda maior que 10%, em comparação com o mesmo quadrimestre do ano anterior, devido à diminuição das transferências recebidas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) decorrente de concessão de isenções tributárias pela União e devido à diminuição das receitas recebidas de royalties e participações especiais.

Outra condição imposta pelo projeto é que a despesa total com pessoal do quadrimestre em que o município precisar usar essa regra não ultrapasse o limite previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF – Lei Complementar 101/00) para esse ente federado: 60% da receita corrente líquida.

Entretanto, a receita corrente líquida a ser utilizada para este cálculo é a do quadrimestre correspondente do ano anterior, atualizada monetariamente. Por isso, a necessidade da lei.

Por exemplo, se um município precisar recorrer à regra no mês de abril de um ano para continuar a receber as transferências, ele usará a receita corrente líquida apurada de janeiro a abril do ano anterior, atualizada monetariamente, para aplicar os 60% do limite de despesas com pessoal.

Com redução drástica de receita do FPM ou de royalties de um quadrimestre para outro correspondente do ano seguinte, a receita do ano anterior é comparativamente maior que a do ano em que ocorreria a redução dos repasses pelas regras atuais.

Reduções legais

A regra de proibição de transferências voluntárias (aquelas sem determinação legal ou constitucional específica), de realizar operações de crédito ou de contar com garantia está na LRF.

Essa regra deve ser aplicada quando o ente federado não conseguir reduzir as despesas com pessoal que ultrapassaram o limite de 60% da receita corrente líquida. Para essa redução, o governante tem os dois quadrimestres seguintes àquele em que foi apurada a superação do limite para tomar providências que reduzam essas despesas, tais como corte de cargos em comissão e funções de confiança e exoneração dos servidores não estáveis.

Vigência

Se for sancionado o projeto, a lei entrará em vigor com efeitos apenas para o exercício financeiro subsequente.

 

Com informações Congresso em Foco




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