Ivete Barros
Em agosto, celebramos a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que vai do dia 21 a 28 deste mês. Como psicopedagoga atuante, me sinto no dever de suscitar o assunto, que é de extrema importância para a nossa sociedade.
Quando pensamos na política de Educação Inclusiva no Brasil, precisamos destacar que o desenvolvimento motor e intelectual de alunos com deficiência depende do aparelhamento das escolas públicas com profissionais qualificados e, impreterivelmente, com uma equipe multidisciplinar.
A educação pública já conta com o auxílio de Cuidadores de Alunos com Deficiência (CAD) e oferece benefícios aos estudantes com deficiência e às suas respectivas famílias. No entanto, é preciso democratizar o acesso a esse serviço e, sobretudo, torná-lo mais humanizado.
Com artigo publicado em junho de 2018, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) procura realizar um mapeamento da Educação Inclusiva no país.
Apesar de contarmos com um Plano Nacional de Educação (PNE), que visa “universalizar, para a população de quatro a dezessete anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado” até 2024, o Estado não consegue mensurar o alcance da política de inclusão.
Fica evidente, portanto, que o Brasil tem uma política um tanto quanto otimista do ponto de vista educacional – aspecto que, se colocado em prática, será incrivelmente recompensador para a população. Por isso, é necessária a vigilância constante dessas metas, que podem e devem ser acompanhadas pelos representantes do povo.
Na função de psicopedagoga, também constato que o trabalho pedagógico, especialmente com crianças deficientes, inclui a cooperação da família do letrando – importante e poderosa aliada da evolução motora.
Em vivência como professora, pude perceber que são muitos os casos de evolução no quadro de alunos com deficiência intelectual. Até mesmo os graus mais severos da síndrome de Down ou do autismo são passíveis de desenvolvimento lógico e motor.
Nesta perspectiva, avalio o letramento – aprendizado que está associado às vivências cotidianas, como o nascer do sol, a noite e o dia – mais importante que a alfabetização, por exemplo; e o letramento é possível na grande maioria dos casos de deficiência.
Entendo que o Brasil já identificou uma urgente necessidade de aprimoramento e ampliação da educação inclusiva, mas noto também que é fundamental uma atuação política honesta e técnica na Educação do país.
A população carece de uma política democrática de inclusão aos deficientes intelectuais e múltiplos, que possibilite a ações multidisciplinares e especializadas nas escolas do ensino público.
As nossas crianças – todas elas especiais e cada uma com a sua singularidade – merecem o olhar atento da classe política.
Ivete Barros é psicopedagoga e professora candidata a deputada estadual pelo PRP.


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