Alfredo da Mota Menezes
NASA, a agência espacial norte americana criou um mapa sobre uso do solo em cada país no mundo para o setor agrícola. Chama Global Food Security Analysis, Global Croplands ou terras cultivadas no mundo.
Segundo a agência, o Brasil cultiva 63.994.479 hectares ou 7.6% do território nacional. Outra pesquisa, feita pela Embrapa Territorial, encontrou que se cultivam em 65.913.738 hectares ou 7.8% do país. Uma diferença a mais de 0,2%. Se for acrescentadas áreas com reflorestamentos chegaria a 76.054.313 hectares ou 9% do território brasileiro.
Enquanto era a empresa brasileira que falava muitos não acreditavam no assunto, aqui e no exterior. Agora a NASA confirma os números, aliás, achou até um pouquinho a menos do uso do solo que a Embrapa.
A pesquisa da NASA mostra ainda que os países da União Europeia usam entre 45 a 65% de seus territórios para cultivo. Os EUA 17,4 %, a Rússia, com muito gelo, 9.5% e, número sugestivo, a Austrália somente 4.5%.
Associando esta pesquisa com outra, o Brasil usa 7.8% do seu território com agricultura, mais 21.2% com pastagens e 1.2 % com florestas plantadas. O uso agropecuário chegaria a 30.2% do país.
Os EUA ocupam 17.4 % com agricultura, 29% com pastagens e, dá um baile no Brasil, com 27.9% de florestas plantadas. Usam 74.3% com agropecuária.
Apenas como curiosidade nesse assunto de ocupação de solo, no Brasil os indígenas ocupam 13.8% do território, nos EUA somente 2.3%.
Comenta-se que o Brasil possui 40% da área no mundo que resta para ser plantada. Número que impressiona, num mundo que tem cada dia mais necessidade de comida. A realidade atual e futura mostra isso.
A China tem 1.3 bilhões de habitantes e continua a tirar gentes da pobreza. Fala-se que a China incorporará, em mais alguns anos, outras 300 milhões de pessoas ao mercado consumidor. E a primeira coisa que alguém faz quando ascende na vida é melhorar sua qualidade de comida.
A Índia tem quase a mesma população da China, mas é mais pobre. Mas ultimamente a Índia tem crescimento econômico maior que o da China. Milhões de indianos estão fazendo o mesmo caminho que os chineses fizeram alguns anos atrás.
A soma disso, dizem os entendidos no assunto, é que o setor agropecuário tem ainda pela frente um crescimento constante de mais 30 anos. Tem espaço enorme para continuar crescendo, portanto.
Mato Grosso é o estado que mais tem terras disponíveis para a agropecuária no Brasil. No momento, 16 milhões de hectares já poderiam ser incorporadas ao processo. O futuro se mostra interessante. Falta transporte e que parte dessa produção seja industrializada no estado, como faz a Argentina.
O que encabula é o setor do agro, aqui e fora, não aproveitar os números da NASA para vender outro Brasil (MT no meio), primeiro, para o brasileiro dos grandes centros urbanos, depois para o exterior. Isso hoje vale dinheiro, se continuar a preservação.
Alfredo da Mota Menezes escreve nesta coluna semanalmente.
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