Com base na economia nacional e regional, Estado projeta crescimento

Da Redação - FocoCidade

As projeções do Executivo estadual para 2018 são de otimismo. Esse cenário é descrito na Lei Orçamentárial Anual (LOA) 2018, de R$ 20,3 bilhões. O agronegócio, em que pese ter sofrido arranhões na esteira da crise na economia, continua sendo o carro-chefe das perspectivas de avanços em Mato Grosso. 

Conforme a LOA "a principal commodity de Mato Grosso, no caso o produto soja, tem apresentado condições climáticas favoráveis, viabilizando uma safra recorde no Brasil, no entanto, pressionando para baixo as cotações ao longo do primeiro semestre. As cotações internacionais da soja são aproximadamente 6% inferiores aos níveis de 2016, mas apresentaram recuperação ao longo de julho, parcialmente revertida em agosto. Os fatores climáticos apontados devem contribuir para a melhora no desempenho da agropecuária brasileira no ano de 2017, por isso, projeta-se uma super safra para o ano, por consequência, espera-se um contágio positivo para as cadeias produtivas dependentes deste setor, tais como: transporte, armazenagem e processamento. Salienta-se também que o aumento na oferta de grãos exerce efeito positivo no poder de compra das famílias, por meio do relaxamento dos preços destes produtos (IPEA,2017)".

O texto assinala que "outro dado importante sobre a conjuntura econômica da economia de Mato Grosso é o recuo da taxa de desocupação (1,9 p.p.). No primeiro trimestre de 2017, o número de pessoas desocupadas chegou a ser superior a 170 mil pessoas, no segundo trimestre do mesmo ano reduziu para pouco mais de 140 mil pessoas, isso equivale a 8,7% do total da População Economicamente Ativa (PEA) do estado".

Reflexos da crise

A LOA traz uma reflexão acerca das consequencias da crise. "No cenário econômico da economia mato-grossense previsto na LDO de 2016, a expectativa era de crescimento econômico de 2,9%, todavia, impulsionado pelo desempenho nacional teve redução em 3,1% em 2016. Alguns fatores explicam esse desempenho, queda no comércio varejista (10,80%) e as exportações que reduziram de US$ 13.070.913,320 para US$ 12.588.619.662 em 2016, queda de 3,69% na comparação entre os anos."

No atual exercício, pontua o Estado, o quadro já vislumbra recuperação. "Para 2017, na projeção realizada para LDO de 2018, esperava-se que a economia nacional crescesse 0,48% ao ano, as expectativas de mercado divulgadas pelo Banco Central do Brasil (BACEN) apontam leve melhorar (0,12 p.p.). Com os sinais de recuperação da economia nacional e estadual para 2017, espera-se que as receitas previstas também sigam o mesmo ritmo. Na reestimativa do PIB de Mato Grosso realizado pela SEDR/SEPLAN, com base nos dados divulgados pelo IBGE (segundo trimestre de 2017), o produto interno bruto deve crescer 5,56%, frente ao crescimento previsto na LDO/2018 de 1,06%, cerca de 4,5 p.p. acima. Convém ressaltar que o Banco Santander na divulgação do Boletim Regionais e Setoriais (Setembro/2017) prevê crescimento para a economia de Mato Grosso de 5,1% e associa esta retomada do crescimento ao desempenho espetacular que deve ter o setor da agropecuária (16,2%) no ano."

Indicadores

De acordo com a peça orçamentária, "o indicador de comércio varejista aponta leve alta (2,2%) no ano e, no acumulado nos últimos 12 meses, desempenho nulo. Enquanto que o indicador de volume de serviços aponta alta (4,2%) e no acumulado desempenho negativo (9,0%), com a retomada da atividade econômica, puxado pela agropecuária, espera-se que o setor real da economia, emprego e renda impulsione esses setores".

Evolução do PIB

A LOA descreve o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional no segundo trimestre de 2017, que "pode ser explicado pelo desempenho da Agropecuária e melhora dos indicadores relacionados à atividade, embora em um ritmo mais modesto. Em que pese o cenário ainda deprimido do mercado de trabalho impeça uma recuperação mais efetiva na atividade industrial, por outro lado a demanda interna registrou nos últimos meses sinais de melhoras. Os resultados referentes a agosto de 2017, no entanto, já apresentam um panorama positivo, mas ainda dependente do cenário político e da incerteza no ambiente econômico com as reformas estruturais em curso na esfera estadual e federal".