Onofre Ribeiro
Já foi dito dezenas de vezes neste espaço que o sistema político brasileiro é profundamente patrimonialista. Vem se alimentando do Estado brasileiro desde os tempos em que era colônia portuguesa. Da República, 1889, pra cá a política assumiu completamente as rédeas da nação e tornou-a refém dos interesses partidários nacionais e regionais, numa cínica cooperação.
Neste momento vivemos a agonia de morte desse sistema político patrimonialista que sempre usou a economia a seu favor. Não tem mais como manter-se esse sistema diante das contradições que ele próprio criou. Aqui vale o registro de que a passagem do Partido dos Trabalhadores pelo poder não poderia ter contribuído mais pra esse fim. A tomada de assalto do Estado pelo PT e seus partidos aliados, esgotou a composição, o funcionamento e os propósitos das atividades do Estado. Não houve setor público onde a ambição não estendeu a corrupção degenerativa. Felizmente veio à tona e pudemos começar o desmonte dessa vertente partidária de assaltar a nação.
Na semana passada entrevistei o professor Edu Arruda Neto, diretor do Instituto Cuiabano de Educação-ICE, a respeito da educação digital que começa a tomar espaço dentro da velha educação brasileira do quadro negro.
Destaco uma frase. “As redes sociais estão matando a política e os políticos”. Traduzindo: eles sempre tiveram o controle dos meios de comunicação de massa no país. E mantinham as informações direcionadas para a alienação coletiva. As redes sociais minaram o poder da mídia que eles dominavam e avança na individualidade fora do controle. Qualquer um pode gerar conteúdo a partir de celulares. A expansão da informação se dá por redes de afinidades e não tem limite de alcance como a mídia tradicional.
Em franca queda de prestígio junto à opinião pública, pode ser que na eleição de 2018 uma leva considerável dos políticos atuais se reeleja. Mas encontrará no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas o contraponto de novas gerações que chegam ansiosas por renovação. Os financiadores tradicionais estarão em 2018 com muito medo da exposição pública. Desse modo, as eleições serão mais baratas, mas quem se reeleger precisará de causas públicas e sustentáveis pra defender, porque não poderá mais dedicar todo o seu mandato a favor dos financiadores.
O descolamento da economia que hoje foge da política com medo de se contaminar, vai gerando um pensamento político pragmático de compliance e de integridade ética. Sabe que não poderá mais crescer, construir-se e se manter a qualquer preço.
Este será o ambiente das eleições do ano que vem.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
onofreribeiro@onofreribeiro.comn.br www.onofreribeiro.com.br


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