“Tem horas que a gente desanima, tem horas que você não vê o resultado do trabalho, mas essa frase diz muito bem como deve ser a atuação nossa: ‘Existem muito mais pessoas que desistem, do que pessoas que falham’. O convite que eu faço a vocês é falhar e não desistir”. Esse foi o recado do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao citar uma frase do empresário Henry Ford, para ilustrar como deve ser a postura dos órgãos de controle no combate a corrupção.
Janot participou na quarta-feira (8) de evento realizado pela Associação Mato-Grossense do Ministério Público (AMMP) e Rede de Controle da Gestão Pública de Mato Grosso, com o apoio da PGJ, em Cuiabá. Analisou o cenário de combate à corrupção que para ele, só será efetivo no país se o sistema de Justiça como um todo tiver autonomia e independência. “Tem que ter independência, mas independência de forma real, concreta”.
Ele acredita que quanto mais se incrementa o processo de corrupção, mais comprometida é a democracia no país. “Nós temos que enfrentar esta questão. Nós não podemos permitir que o país recue neste caminho que já foi percorrido. A aposta é que nós devemos melhorar o país, não para nós, mas para as futuras gerações”.
Janot, que no cargo de Procurador-geral da República (2013/2017), esteve à frente da maior investigação criminal do país contra corrupção, respondeu as perguntas formuladas pelo público. Entre os principais assuntos abordados, a Operação Lava Jato que, sob a condução de Janot, levou a abertura de 137 investigações em andamento no Supremo Tribunal Federal.
“É motivo de muito honra e alegria a gente receber hoje no Ministério Público do Estado o doutor Rodrigo Janot, que tem uma folha extensa de serviços prestados à sociedade brasileira. É um prazer poder ouvir um pouco das experiências que ele vivenciou à frente da PGR enquanto trabalhava para passar este país a limpo”, destacou Mauro Curvo.
O presidente da AMMP Roberto Aparecido Turin agradeceu a presença de Rodrigo Janot e destacou que, apesar de todas as dificuldades, das reações contrárias e de uma aparente apatia de parte da sociedade, o Brasil de hoje não é o mesmo Brasil de cinco ou dez anos atrás. “Nós evoluímos, nós estamos evoluindo. Sabemos que as dificuldades no combate a corrupção são inúmeras e que a tarefa não é fácil e nem simples. O próprio Rodrigo Janot já citou que existem duas maneiras de fazer isso: por meio de uma revolução sangrenta ou por meio de uma revolução institucional, que é justamente cada instituição cumprir o papel que a Constituição lhe reserva”.
O subprocurador-geral da República Rodrigo Janot chamou a atenção sobre o momento pelo qual o país atravessa. “Não vamos tampar o sol com a peneira. O Brasil passa por uma crise terrível e profunda. O primeiro passo para mudar este quadro é o país fazer uma reforma política ampla”, destacou. (Com assessoria)
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