Portal Terra
Luiz Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu atender ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de prisão preventiva dos delatores da multinacional J&F Joesley Batista e Ricardo Saud, noticiaram neste domingo (10/09) diversos sites do país. Fachin negou, no entanto, o pedido de prisão do ex-procurador da República Marcelo Miller.
A solicitação veio após a Procuradoria-Geral da República ter ouvido Joesley e Saud, na quinta-feira em Brasília, e o ex-procurador Miller, na sexta-feira no Rio de Janeiro.
O motivo do pedido de prisão é um áudio com quatro horas de duração em que Batista e Saud revelam ter "omitido" informação nos seus testemunhos à Justiça. No caso do ex-procurador da República, a suspeita é de que ele foi "captado" pelos empresários da J&F para facilitar o acordo que os livrou da cadeia.
Antigo colaborador de Janot, Miller deixou a PGR no final do ano passado para trabalhar num escritório de advocacia que acabou sendo contratado pela empresa JBS, controlada pela J&F, para negociar o acordo de colaboração da empresa com a Justiça. Uma semana depois de pedir exoneração do cargo, Miller já atuava em reuniões na PGR como advogado do escritório que negociou o acordo de leniência da J&F, informou o G1.
No sábado, a defesa do grupo J&F havia protocolado no Supremo Tribunal Federal (STF) um ofício colocando à disposição os passaportes do empresário Joesley Batista e do diretor de Relações Institucionais da holding Ricardo Saud, pedindo também para que os delatores fossem ouvidos pelo ministro do STF Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, antes que ele tomasse a decisão sobre o pedido de Janot.
No mesmo dia, a defesa do ex-procurador Marcelo Miller também entrara com petição semelhante no STF, para que fosse rejeitado o pedido de prisão contra ele e para que a defesa fosse ouvida antes de uma decisão sobre possível detenção.
Segundo o G1, o pedido de prisão dos delatores entrou no sistema eletrônico do STF como sigilo, não sendo possível saber as razões que levaram a PGR a fazê-lo.
O Estadão lembrou, no entanto, que a prisão de Joesley e Saud foi defendida publicamente pelo ministro do STF Luiz Fux. "Eu verifico que esse episódio revelou que esses partícipes do delito, que figuraram como colaboradores, eles ludibriaram o Ministério Público", escreveu o site citando fala de Fux durante sessão plenária na última quarta-feira.
Ao ser interrogado na última sexta-feira, Marcelo Miller negou que havia ajudado os executivos da J&F a negociar a delação com a Procuradoria-Geral da República. Joesley e Saud, por sua vez, afirmaram em seu depoimento na última quinta-feira, em Brasília, que não omitiram provas e que estariam "bêbados" ao fazer comentários contidos no áudio.


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