Onofre Ribeiro
Desde sempre, mas a ênfase vem mesmo desde a “Constituição Cidadã” de 1988, se fatiou o Estado brasileiro em um conjunto de interesses agrupados em poderosas corporações. Todas montadas pra de algum modo saquear os crescentes impostos arrecadados dos cidadãos. Em poucos países do mundo se saqueou tanto como se saqueia e se saqueará a população e o Estado brasileiro por muito tempo ainda.
A dita Constituição estabeleceu bases de um sistema de poder a partir do Estado, pra sustentar os partidos políticos de tal modo que toda a política pudesse ser controlada através de mandatos e de um jogo vergonhoso chamado de “governabilidade”. Traduzindo: comércio de poder. Mediante “apoios partidários” governa-se com foco nos seus interesses e jamais no foco dos cidadãos. Já nem fala em sociedade brasileira, porque ela pressupõe gente organizada. Não há. O sistema político precisaria “aparelhar” os chamados poderes de tal modo que a engrenagem funcionasse em harmonia. Todos ganhariam. Resultou no Brasil que está aí.
Vamos começar: o Congresso Nacional organiza-se desde a base municipal em pequenos carteis chamados partidos que se “coligam” no interesse comum. Elegem dentro dos mesmos grupos e dos mesmos interesses. Isso passa pelos governos estaduais e chega ao “governo da nação”.
O Poder Judiciário organizou-se dentro dos códigos antigos e dos seus regimentos criteriosamente construídos para que se justifiquem os desvios do espírito da justiça. Cooptam os servidores para que “colaborem” através de vantagens e de salários. Pronta a “corporação judiciário”. O Ministério Público vai no mesmo caminho embalado como produto de “defesa do Estado e da cidadania”. Idêntica corporação nos mesmíssimos moldes do Judiciário.
O Poder Executivo com os seus ministérios e cartórios de poder político distribui aos “partidos políticos aliados” toda a estrutura financeira, administrativa, de projetos e de todos os recursos financeiros vindos dos impostos. Logo, cada setor transforma-se numa corporação com vida própria e estrutura regras ligadas ao “seu projeto de poder político”. Os servidores desses cartórios contentam-se com garantias de estabilidade de salários melhores do que os pagos no mercado. Em troca “colaboram” com o silêncio e com a baixa eficiência. Quanto mais ineficiente e burocrática a corporação, mais servidores se contrata. Mais cresce a corporação. Infinitamente...
O “aparelhamento” do Estado brasileiro pelas benesses da Constituição de 1988, fez do Brasil essa “república de bananas”. Quem mexerá nela? Com que interesses!? Com que autoridade, é claro?! Continua amanhã.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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