Da Redação - FocoCidade
Em mais um trecho da delação firmada junto à Procuradoria Geral da República (PGR), o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) descreve um escândalo de repasses de propina envolvendo conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que teriam pressionado para receber pagamentos.
As informações foram pontuadas em reportagem da TV Centro América, nesta quinta-feira (24) citando ainda nomes de ex-secretários de Estado, além do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP) e o senador Wellington Fagundes (PR).
Silval disse que o esquema de distribuição de propina teria ocorrido com recursos do MT Integrado, programa lançado em sua gestão (2012) para obras de pavimentação asfáltica em 2 mil quilômetros de estradas.
O esquema contaria com vínculo direto na então Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana, sob Sinésio Oliveira, que teria sido indicado pelo então deputado federal Wellington Fagundes.
O ex-gestor disse que sofria pressão de deputados e de conselheiros do TCE, como o então presidente Carlos Novelli e Sérgio Ricardo para repasse de propina, sob ameaça de suspensão das obras do MT Integrado.
Disse que após a pressão, resolveu fazer acordo com o TCE, e que empresários responsáveis pelas obras integraram a seara de repasse de dinheiro, também dirigido a campanhas eleitorais.
Na delação, conforme a reportagem da TVCA, o ex-governador disse que a propina foi selada em torno de 3% e 4% sobre o valor do programa, conferindo assim via de repasse em torno de R$ 600 mil para cada um dos envolvidos. Cabia ao então chefe de Gabinete, Sílvio Correa, a tarefa de destinar os pagamentos.
No curso da delação, disse ter sofrido pressão de Sinésio em vínculo com Fagundes. Pontuou ainda outro quadro de desvio de dinheiro público para assegurar verba para o esquema, que envolveu a venda de uma área de terra para repasse de R$ 15 milhões a título de propina.
Nesse cenário, o ex-governador apontou os nomes do ex-secretário chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf e ainda do presidente estadual do PMDB, Carlos Bezerra, que teria recebido nesse acordo R$ 1 milhão.
Em relação ao TCE, Silval disse que firmou acordo com conselheiros para repassar propina até o final de 2014 por meio de suplementação orçamentária.
O peemedebista descreveu ainda negociação que teria envolvido PCH (Pequena Central Hidrelétrica) em que metade do montante de R$ 73 milhões teria sido desviado para reforçar o esquema. Nesse caso, as movimentações teriam ocorrido em dívida da administração Blairo Maggi.
Outro lado
Na reportagem da TVCA, o ministro Blairo Maggi disse que lamenta as acusações infundadas e que vai provar na Justiça sua lisura nos atos.
Assessoria do senador Wellington Fagundes considerou não ter acesso ao teor da delação, e assinalou ter todas as informações acerca de suas doações de campanha foram disponibilizadas à Justiça Eleitoral, seguindo a legislação e transparência das ações.
Carlos Bezerra disse que apenas intermediou encontro entre o dono da área citada por Silval e que não recebeu propina.
O conselheiro Carlos Novelli repudiou as acusações de Silval Barbosa, acentuando ter apenas relações institucionais com o ex-gestor de Mato Grosso.


Ainda não há comentários.
Veja mais:
Zerar déficit de 202 mil vagas em presídios custaria R$ 14 bilhões
Operação Mendacium da PF derruba esquema de fraudes bancárias
PL 4588: o escudo legal do agronegócio
TJ manda plano de saúde pagar cirurgia urgente de criança
Como os Algoritmos Estão Lendo Seus Pensamentos?
Cooperativismo de crédito: um modelo que transforma comunidades
Tentativa de roubo de gado: PM prende três homens em flagrante
Governo de Mato Grosso avisa que expediente será normal na 6ª feira
Operação da PF desmantela tráfico de drogas em Mato Grosso
PM confirma prisão de mulher acusada de matar o marido