• Cuiabá, 23 de Agosto - 2025 00:00:00

Silval revela esquema de propina com participação de conselheiros do TCE


Da Redação - FocoCidade

Em mais um trecho da delação firmada junto à Procuradoria Geral da República (PGR), o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) descreve um escândalo de repasses de propina envolvendo conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que teriam pressionado para receber pagamentos.

As informações foram pontuadas em reportagem da TV Centro América, nesta quinta-feira (24) citando ainda nomes de ex-secretários de Estado, além do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP) e o senador Wellington Fagundes (PR).

Silval disse que o esquema de distribuição de propina teria ocorrido com recursos do MT Integrado, programa lançado em sua gestão (2012) para obras de pavimentação asfáltica em 2 mil quilômetros de estradas.

O esquema contaria com vínculo direto na então Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana, sob Sinésio Oliveira, que teria sido indicado pelo então deputado federal Wellington Fagundes.

O ex-gestor disse que sofria pressão de deputados e de conselheiros do TCE, como o então presidente Carlos Novelli e Sérgio Ricardo para repasse de propina, sob ameaça de suspensão das obras do MT Integrado.

Disse que após a pressão, resolveu fazer acordo com o TCE, e que empresários responsáveis pelas obras integraram a seara de repasse de dinheiro, também dirigido a campanhas eleitorais.

Na delação, conforme a reportagem da TVCA, o ex-governador disse que a propina foi selada em torno de 3% e 4% sobre o valor do programa, conferindo assim via de repasse em torno de R$ 600 mil para cada um dos envolvidos. Cabia ao então chefe de Gabinete, Sílvio Correa, a tarefa de destinar os pagamentos.

No curso da delação, disse ter sofrido pressão de Sinésio em vínculo com Fagundes. Pontuou ainda outro quadro de desvio de dinheiro público para assegurar verba para o esquema, que envolveu a venda de uma área de terra para repasse de R$ 15 milhões a título de propina.

Nesse cenário, o ex-governador apontou os nomes do ex-secretário chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf e ainda do presidente estadual do PMDB, Carlos Bezerra, que teria recebido nesse acordo R$ 1 milhão.

Em relação ao TCE, Silval disse que firmou acordo com conselheiros para repassar propina até o final de 2014 por meio de suplementação orçamentária.

O peemedebista descreveu ainda negociação que teria envolvido PCH (Pequena Central Hidrelétrica) em que metade do montante de R$ 73 milhões teria sido desviado para reforçar o esquema. Nesse caso, as movimentações teriam ocorrido em dívida da administração Blairo Maggi.

Outro lado

Na reportagem da TVCA, o ministro Blairo Maggi disse que lamenta as acusações infundadas e que vai provar na Justiça sua lisura nos atos.

Assessoria do senador Wellington Fagundes considerou não ter acesso ao teor da delação, e assinalou ter todas as informações acerca de suas doações de campanha foram disponibilizadas à Justiça Eleitoral, seguindo a legislação e transparência das ações.

Carlos Bezerra disse que apenas intermediou encontro entre o dono da área citada por Silval e que não recebeu propina.

O conselheiro Carlos Novelli repudiou as acusações de Silval Barbosa, acentuando ter apenas relações institucionais com o ex-gestor de Mato Grosso.




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