Onofre Ribeiro
Ficou pronta na semana que passou uma pesquisa do site olivre.com.br de Cuiabá a respeito da aprovação do governo Pedro Taques. Dois dados são básicos. A aprovação geral do governo é de 45% e a avaliação de 32% somando ótimo e bom.
Passados dois anos e sete meses da gestão, os dados são sintomáticos. O governador mantém-se numa faixa de aprovação boa, considerando que enfrentou uma sucessão de crises. No momento da pesquisa ela se dá no meio de três crises: a dos grampos que já vem se arrastando há dois meses. A outra, o final da negociação da RGA que no passado gerou enorme desgaste pro governo. E a da saúde que é um calo antigo que voltou a doer recentemente. Todas sensíveis!
A leitura mais provável do resultado da pesquisa, no entanto, diz mais pro futuro. O governador é candidato à reeleição em 2018. Em 2015 iniciou o seu mandato carregando o discurso ético da campanha eleitoral. Atuou todo ao no de 2015 nessa linha. Houve a prisão do ex-governador Silval Barbosa, de secretários e a denúncia de muitas irregularidades.
O discurso ético ficou na tela por muito tempo. Penso que demorou pra ser substituído por uma percepção de gestão progressista. Só em 2017 é que vieram os anúncios de obras como rodovias, pontes e mexidas na educação como o anúncio de concurso público pra professores, uma área muito sensível. Aliás, as áreas sensíveis da gestão continuam sendo nessa ordem: saúde, educação e segurança.
A pergunta insistente sobre as possibilidades da reeleição do governador Pedro Taques passam por essa mudança de postura da gestação para algo mais desenvolvimentista do que pelos estragos feitas pelas crises. As crises já fazem parte regular das gestões estaduais desde Blairo Maggi. O chamado “escândalo dos maquinários” ainda vive no imaginário popular, somado com as crises sucessivas das obras da copa do mundo ligadas à gestão Silval Barbosa..
Porém, verdade seja dita. A gestão Pedro Taques foi a mais pródiga em crises. Duas poderiam feri-lo na ética: a crise da educação envolvendo propinas e a da RGA em 2016. A dos grampos aos poucos caminha pra fora do Palácio Paiaguás onde não chegou a estacionar em nenhum momento.
A tradução da pesquisa parece clara. Se a gestão Pedro Taques manter o discurso da ética no segundo plano, sem abandoná-lo, e dedicar-se ao desenvolvimento econômico e social, garante-se tranqüilo pra reeleição. Até porque não tem oposição que o ameace. Tarefa pros pensadores do Palácio Paiaguás: no momento em que o país chora por ética, manter o discurso, mas precisa do reforço de ações físicas.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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