GAZETA - GLAUCIO NOGUEIRA
Em depoimento prestado aos delegados e promotores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Marcos Moreno Miranda, apontado como integrante do grupo responsável pelo desvio de recursos públicos por meio de convênios firmados pela Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe), afirmou que Cláudio Roberto Borges Sassioto, um dos articuladores do esquema criminoso, lhe disse que por trás dos desvios havia “pessoas muito poderosas”, entre elas um deputado estadual e um diretor do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT).
Conforme as investigações, descobertas com a Operação Convescote, o dinheiro desviado era fruto dos convênios firmados pela fundação com a Assembleia Legislativa (ALMT) e a Corte de Contas.
Miranda, que está em prisão domiciliar por decisão da juíza da 7ª Vara Criminal, Selma Rosane Santos Arruda, prestou depoimentos aos membros do Gaeco na manhã da última quarta-feira (21). Ele explicou que conheceu Sassioto em 2010 e, poderia conseguir um emprego, o que não se concretizou.
No início de 2016, Miranda voltou a ser procurado por Cláudio, que disse que tinha condições de conseguir uma ajuda financeira, por meio de um “fundo perdido”, e que tinha feito isso para outras pessoas.
Para isso, Miranda teria que abrir uma empresa, ficando com 15% do valor faturado. Tempos depois, Sassioto teria dito que os dois dividiriam 10%. Conforme levantamento feito pelo Gaeco com a quebra do sigilo bancário da empresa de Miranda, passaram por sua conta quase R$ 100 mil.
Ele estima que, deste total, ficou com R$ 3 mil, e que todo o restante era repassado para Sassioto, não sabendo dizer se Cláudio ficava com o dinheiro ou se repassava a outrras pessoas.
No entanto, segundo o suspeito, Sassioto “dizia sempre que existiam pessoas muito poderosas que estavam ‘por trás disso e que dariam toda segurança’, inclusive dizia que havia um deputado e um diretor do TCE”. Contudo, ele nunca revelou as identidades de tais pessoas.
Em dezembro do ano passado, Sassioto conseguiu um cargo para Miranda e ele acabou contratado pela AL, onde ficou até março deste ano, tendo comparecido para trabalhar apenas em meados de janeiro.
Neste período, Miranda teria sido procurado por Sassioto, que revelou que o esquema estava sob investigação. Eles teriam se reunido com um advogado que, junto com Sassioto, o orientou a justificar com gastos pessoais o dinheiro recebido da Faespe.
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