A juíza de Direito, Selma Rosane Santos Arruda, alertou para pequenos atos que podem incitar culturas no cotidiano levando ao caminho da corrupção. "Temos de pensar na nossa relação com nossos filhos e na forma como acabamos negociando com eles em troca de boas ações. Essa cultura do suborno começa, às vezes, em nossa casa", disse.
No Brasil, anualmente, esquemas de corrupção desviam dos cofres públicos mais de R$ 200 bilhões em recursos. Diante desse montante, é possível imaginar que a realidade no país seria outra caso estes bens tivessem como destino efetivo as políticas públicas em prol da sociedade. Este foi o exercício que a juíza Selma Rosane Santos Arruda, propôs aos participantes do III Encontro Nacional sobre Cooperação para Prevenção e Combate à Corrupção.
A palestra ministrada pela titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá de Combate ao Crime Organizado aconteceu na manhã desta quinta-feira (25/05), no Tribunal de Contas de Mato Grosso, e faz parte da programação do evento idealizado pela Rede de Controle do Estado.
A palestrante fez uma defesa às instituições públicas e destacou o papel dos entes de controle externo que são "o caminho para o bom combate à corrupção". Aliado a este fortalecimento das instituições, a magistrada enfatizou que é preciso existir leis eficientes e muita transparência na movimentação dos recursos públicos. "Este é o tripé para a transformação da nossa sociedade. E penso que o TCE de Mato Grosso tem feito um trabalho essencial, porque em nosso Estado possui uma atuação muito forte e é uma dentre as instituições que mais nos auxilia no combate e na prevenção à corrupção", afirmou.
De acordo com a juíza, a corrupção, hoje, é o maior entrave ao desenvolvimento do país. "Vemos os escândalos que estouraram recentemente e notamos que se falam em bilhões. Podemos imaginar como seria o nosso país sem esses desvios, que as organizações criminosas conseguem sugar do país. A corrupção faz com que o Brasil não tenha o desenvolvimento que todos esperam", asseverou.
Em sua apresentação, a magistrada ainda demonstrou de que forma a aprovação da Lei nº 12.850/2013, que define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal, impactou positivamente o trabalho do judiciário no país. Dentre estes avanços apresentados estão a possibilidade de interceptações telefônicas, infiltração de agentes, ações controladas e a colaboração premiada, que, segundo a juíza, permitiu avançar na identificação de atos corruptos. (Com assessoria)


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