• Cuiabá, 05 de Setembro - 2025 00:00:00

Nível de contratação despenca 30% nos últimos três anos de crise em MT


Vinícius Bruno - Especial para o FocoCidade

O mercado de trabalho mato-grossense está sem fôlego para conseguir manter o nível de contratação. Vivendo de um regime com pouco investimento e muito esforço para conseguir driblar os efeitos multiagressivos da crise econômica, as empresas do Estado encerraram o primeiro quadrimestre deste ano (janeiro a abril) com um nível de contratação 29,6% menor que em igual período de 2015, quando a crise econômica passou a fazer parte do cotidiano brasileiro.

De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), nos primeiros quatro meses deste ano foram contratados 122,561 mil pessoas para vagas com carteira assinada em Mato Grosso. Em igual período de 2015, foram admitidas 158,854 mil trabalhadores, uma diferença de 29,6%.

Entre janeiro a abril de 2016, a crise asseverou as condições do mercado de trabalho, e derrubou em 16,7% o nível de contratação se comparado com 2015, encerrando o quadrimestre com 132,216 mil trabalhadores lotados em empregos celetistas.

Em uma análise mais restrita, os quatro primeiros meses de 2017 foram positivos para Mato Grosso, já que o saldo foi de 9,613 mil admissões (122,561 mil) a mais que demissões (112,948 mil), mas insuficientes para minimizar as 13,684 mil vagas extintas nos últimos 12 meses encerrados em abril, conforme revela o Caged.

Por outro lado, abril de 2017 surpreendeu ao registrar um saldo de 599 admissões a mais que desligamentos. Isso porque, nos últimos dois anos os saldos para o mês ficaram acima de 3 mil vagas extintas – sendo -3,105 mil vagas em abril de 2016 e -3,286 mil vagas em abril de 2015.

Setores – O desempenho da Construção Civil foi preponderante para que o saldo do Caged fosse positivo em abril, em Mato Grosso. Ao todo, foram 2,616 mil contratações ante 1,439 desligamentos, gerando o saldo positivo de 1,177 mil vagas criadas.

O presidente do Sindicado da Indústria da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon/MT), Júlio Flávio Campos de Miranda fez uma avaliação otimista em relação ao resultado de abril.

“Mato Grosso sempre teve bom desempenho na construção civil, sendo um dos maiores geradores de emprego no país. A gente está confiante que abril marca a guinada do setor rumo a um crescimento contínuo. É o setor que mais sente os efeitos da economia no país e no Estado. A gente espera que os governos federal e estadual continuem estimulando o setor com obras públicas e com fomento ao crédito para que as empresas continuem abastecendo o mercado imobiliário com produtos”, pontuou Miranda, por meio de assessoria de imprensa. 

Já os setores que mais empregam no Estado – serviço e comércio – tiveram comportamentos distintos em abril. O setor de serviços demonstrou resultado positivo gerando 812 vagas, resultado de 7,522 mil contratações ante 6,710 mil desligamentos. Por sua vez, o comércio não teve um desempenho tão favorável, com extinção de 283 vagas celetistas, resultado de 7,263 mil contratações ante 7,546 mil desligamentos.

A agropecuária teve saldo negativo com 1,453 mil vagas, resultado de 6,075 mil contratações ante 7,528 mil desligamentos. O desempenho negativo acompanha a sazonalidade, que nos próximos meses deverá trazer bons resultados neste quesito, conforme forem sucedendo os ciclos de colheita e plantio das lavouras. 




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