• Cuiabá, 22 de Novembro - 00:00:00

Bens duráveis estão fora da lista de compras para 66,5% dos consumidores


Vinícius Bruno ? Especial para o Foco Cidade

A restrição ao crédito acompanhada de alta taxa de juros, o desemprego e a instabilidade financeira estão entre as situações que pesam na decisão de postergar a aquisição de produtos como veículos, imóveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Para 66,5% dos consumidores de Cuiabá e Várzea Grande, este é um mau momento para adquirir bens duráveis.

Dados do indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio/MT), revelam que os consumidores estão desconfiados em relação a atual situação econômica e política do país. A atmosfera de insegurança que persiste há mais de dois anos faz com que os habitantes da Grande Cuiabá resistam em adquirir bens duráveis.

“De fato o cenário não é bom, porque a taxa de juros está muito alta, o crédito está caro. E bens duráveis implicam em financiamento, porque os trabalhadores, de forma geral, dificilmente têm condições para comprar à vista, principalmente veículos, casas ou eletrodomésticos”, explica a economista Veneranda Acosta.

A especialista ressalta que o nível de desemprego também está muito elevado, o que é um agravante para que os consumidores façam compromisso a longo prazo. “Sem melhorar a renda familiar, com todos os membros da família empregados de forma mais sólida, não se tem condições de fazer um planejamento de aquisição de bens que exija crédito”.

Por outro lado, 19,8% dos entrevistados consideram que este é um bom momento para aquisição de bens duráveis. Quanto a isso uma particularidade, 29,7% deste grupo possuem renda mensal superior a 10 salários mínimos, ou R$ 9,370 mil, enquanto que 61,9% dos respondentes que disseram acreditar ser um mau momento para adquirir bens duráveis possuem renda acima de 10 salários.

ICF – Em abril, o indicador de Intenção de Consumo das Famílias registrou 72,7 pontos. O índice é maior que no mês passado quando foram 71,8 pontos e 11,3% acima do indicador de abril de 2016, quando foram apurados 65,3 pontos.

Na metodologia adotada pela Fecomércio/MT, o índice abaixo de 100 pontos indica baixa propensão ao consumo, enquanto que acima de 100 pontos até 200 pontos, indica maior propensão.

A única renda que apresentou maior propensão ao consumo desde janeiro deste ano foi a acima de 10 salários mínimos mensais, com 104,3 pontos em fevereiro, 104,8 pontos em março e 95,6 pontos este mês.

Enquanto isso, a faixa de renda inferior a 10 salários está mais realista. Desde janeiro deste ano a pontuação mais alta apurada foi de 75,9 pontos baixando para 70,1 pontos em abril. 




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