• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

Setor atacadista estima queda de até 20% nas vendas de ovos de páscoa


Da Redação - FocoCidade

Os reflexos da crise atingem em cheio o setor atacadista no Estado. Estudos apontam redução de até 20% na comercialização de ovos de páscoa este ano.

O cálculo é divulgado por representantes da Associação Mato-grossense de Atacadistas (Amad), que aponta mudança no comportamento de quem compra. Ao invés dos tradicionais ovos, algumas famílias têm optado por tabletes e caixas de chocolate.

Conforme Eugênio Takasumi, gerente comercial da Gama Distribuidora, a semana que antecede a Páscoa geralmente concentra parte significativa das vendas do mês, porém, nos últimos 2 anos o setor tem amargado prejuízos financeiros em torno de 15% do faturamento nesse período. “Mesmo com a liberação do FGTS pelo governo e pagamento do salário ao funcionalismo público, vamos ter perdas novamente”.

No ano passado, a situação foi um pouco pior, com queda maior na venda por unidades, o jeito este ano para driblar o ‘efeito crise’ foi investir em ovos de páscoa mais baratos. Ainda assim, ele alerta que o consumidor não quer pagar pelo quilo dos ovos, que são mais caros em relação ao chocolate comum por agregarem uma cadeia produtiva de valores, que inicia a preparação para a Páscoa com pelo menos 6 meses de antecedência.

“Até chegar ao consumidor final, tivemos a compra da matéria-prima em dólar cerca de um ano antes, depois, o armazenamento e a produção seis meses antes, com armazenamento, transporte e distribuição refrigerados, por se tratar de produto sensível ao calor. É importante destacar que o processo de produção é praticamente todo manual, não existem máquinas que façam, por isso é realmente mais caro”.

Para o empresário Luciano de Almeida, da Sorpan Alimentos, que atua na linha artesanal revendendo o chocolate para a produção dos ovos, a queda estimada é menor, em torno de 5% nas vendas, o que poderá mudar o conceito de investimento do setor para o próximo ano, com menos contratações de mão-de-obra e aquisição menor de material. “A previsão é diminuir cada vez mais a estrutura voltada à Páscoa, porque não podemos continuar com um balanço negativo ou empatado”.

A jornalista Márcia Oliveira, 40 anos, que deixou de atuar profissionalmente há cerca de um ano para cuidar da filha Isabela, de 3 anos, explica que a família vive contenção de despesas e que está fora de cogitação comprar os ovos de Páscoa. “Eu não me preocupo muito porque a avó ou as tias devem comprar, mesmo assim, não acho que seja obrigatório agregar o valor comercial à data, é possível fazer uma comemoração criativa, com brincadeiras”.

O mesmo avalia Rosane Brandão, de 42 anos, que conseguiu convencer os três filhos a optar por outras formas de chocolate, este ano vai fazer ‘ovos de pote’, uma variação mais barata e caseira que tem camada de recheio com vários sabores. “Vou presentear inclusive sobrinhos e afilhados com a versão em pote, acho que será um sucesso”. (Com assessoria)




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