• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

Um olhar sobre o biodiesel

O Grupo Amaggi organizou no começo deste mês uma caravana de jornalistas nacionais e alguns locais, para conhecerem as suas operações com biodiesel derivado da soja. A caravana visitou a Fazenda Sete Lagoas, no município de Diamantino, onde 21 máquinas agrícolas e rodoviárias, da marca John Deere usam o biodiesel B100 como combustível, num projeto iniciado em 2021. Assistimos no campo a colheita de milho com máquinas movidas pelo B100.

O consumo é semelhante ao do diesel, mas leva a vantagem das emissões de carbono menores e diferentes. De lá fomos à fábrica do B100 em Lucas do Rio Verde, a 185 km da fazenda, de onde vem o B100 para as máquinas. A fábrica é um poderoso investimento, altamente tecnológico, que produz 338 milhões anuais do B100. Embora o grupo Amaggi consuma por ano cerca de 120 milhões de diesel, o projeto do B100 é piloto e em evolução. O restante da produção do B100 produzido é comercializado para as distribuidoras de petróleo acrescentarem ao diesel comercial.

O projeto piloto foi feto com a fabricante de caminhões Scania e com a de tratores e máquinas John Deere. Ambas fizeram algumas adaptações nas máquinas para o uso do B100. A John Deere já incorporou as modificações em toda a sua linha de máquinas. O mesmo com a Scania. A grande questão do uso do B100 como combustível está relacionada às emissões de carbono na atmosfera.

Explicado é assim. Quando se extrai o petróleo do solo, tira também o carbono estabilizado no subsolo. Quando o diesel é queimado na combustão, o carbono resultante sobe para a atmosfera e forma a camada de ozônio. Os raios solares descem à Terra mas não voltam. Gera o calor do efeito estufa. Já o carbono resultante da queima do B100 vem da fotossíntese da planta da soja, que o retira da atmosfera e o devolve novamente à atmosfera, sem acrescentar carbono ao efeito estufa, porque só faz uma troca entre a fotossíntese e a combustão.

O uso do B100 como combustível faz parte do projeto do grupo Amaggi de reduzir as emissões de carbono em 50% até 2035 e a zero até 2050. A grande questão é o alinhamento com as normas de sustentabilidade que orientam a economia mundial. E no caso do agronegócio, torna-se mais relevante diante das crescentes exigências ambientais dos países importadores brasileiros.

E, por fim, coloca o agronegócio brasileiro num círculo virtuoso moderno de sustentabildiade na frente da maioria dos países, até mesmo dos exigentes europeus. O Mato Grosso que vi nessa viagem é muito diferente do imaginário urbano. É um mundo moderno, tecnológico e de vanguarda. Não tem como não dar certo. Só questão de tempo para se tornar uma potência.

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br jornalista.onofreribeiro/instagram



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