• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

53 anos da UFMT

         Neste dia 7 de dezembro a Universidade Federal de Mato Groso completa 53 anos de fundação. Grandes méritos na sua história. Mas ela merece um contexto, porque uma data não passa de uma data se não for justificada.

         No começo da década de 1970 duas coisas justificaram a criação da UFMT. Um, o espírito de ocupação da Amazônia pra evitar a influência internacional nascida na França, que desejava internacionalizar a região. A outra era o desejo da dividir Mato Grosso que se consolidava no governo federal. Pensava-se que separar o Norte e o Sul do Estado, daria melhores condições de se investir objetivamente na Amazônia e colonizá-la a partir de Cuiabá.

         No aspecto da colonização, três fatores eram essenciais. Um, a criação da UFMT pra dar futuro às novas gerações. Outra, o primeiro linhão de energia elétrica desde Cachoeira Dourada, em Goiás. E o terceiro, ligar Cuiabá por asfalto ao Sul e ao Sudeste do país.

         Assim nasceu a universidade com um propósito bem claro no seu projeto: Uniselva. Missão de construir uma nova civilização em Mato Grosso.  Tive a oportunidade de conversar mais de uma vez com o seu reitor-fundador, o médico cuiabano Gabriel Novis Neves. Mais de uma vez conversei também com os fundadores B.Pedro Dorileo, Atílio Ourives e com vários reitores seguintes. Hoje, continuou conversando com reitor Evandro Soares, um gestor lúcido e preparado pra estes novos momentos. A UFMT tinha um claro propósito dentro da geopolítica estratégica do Mato Grosso que se avizinhava a partir de sua fundação.

         Passou por várias fases. Da década de 1990 pra cá entrou numa fase ideológica fechada em si mesma. Mas não perdeu o papel de formar recursos humanos para um Estado de economia forte, disruptiva e tecnológica. Necessariamente precisará entrar numa fase nova. Mais moderna. Novo contexto. Mato Grosso cada ano entra mais profundo no crescimento da produção e na próxima e crescente industrialização das suas commodities. E, por fim, o fechamento da economia circular com a brecha da economia ambiental de sustentabilidade. Papeis inevitáveis no futuro próximo.

         Nesse novo contexto a UFMT precisa sair das seus muros físicos e ideológicos e assumir o papel geopolítico para o qual foi criada há 53 anos. Não lhe restam outras alternativas. Aquele futuro que estava na razão de sua criação, finamente chegou. A UFMT não tem atalhos.  O desenvolvimento político, econômico, industrial e sustentável de Mato Grosso precisa necessariamente da ciência. A UFMT já teve tempo de consolidar essa vocação fundadora. Novos tempos pedem novas estratégias. Novos protagonismos e nova percepção num Estado que é o terceiro produtor mundial de alimentos, caminha pra industrialização com  profundas transformações sociais, políticas e econômicas. E um papel no mundo. Empreendedorismo e ciência formam um par perfeito! Viva os 53 anos da UFMT!

 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br    www.onofreribeiro.com.br



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