O desenvolvimento regular de um indivíduo se dá primeiro na frase lúdica, em média, até os 07 anos de idade, a partir do momento em que o caráter e personalidade, bem como o sentido do eu, vão sendo moldados.
Caso eventos traumáticos interrompam esse processo de amadurecimento, ao invés de desenvolver o pensamento concreto e crítico construtivo, aceitação, lucidez e objetivos realistas, esse sujeito poderá ficar fixado nessa idade, emocionalmente falando, com repercussão em outras áreas como psíquico e espiritual.
Continua fantasiando como se uma criança fosse, sem os limites e capacidade de uma vida adulta saudável, independente da maioridade ou até velhice. Leva a viver personalidades idealizadas no primeiro ciclo de vida, como Don Quixote, Pequeno Príncipe, Coringa, Batman, Branca de Neve, Rapunzel, sem ingressar e passar pelas próximas etapas de desenvolvimento pessoal, comuns à evolução de um sujeito próximo da normalidade, com sanidade e sobriedade, liberdade e responsabilidade.
Através dessa farsa vamos tocando a vida cada vez mais distante do que ela realmente é, bem como de nós mesmo, ao ponto de se tornar quem não é e ser contra tudo e contra todos, buscando preencher essa lacuna com inúmeras coisas externas, às vezes de forma compulsiva e obsessiva, achando-se deuses de si, com um ego super-inflado, pensamentos insanos e comportamentos inconsequentes, sem equilíbrio e sem limites, sem paz de espírito, na verdade, morto espiritualidade.
Só um detalhado e destemido inventário pessoal, pode nos trazer de volta para quem somos e sair dessa bolha, para o mundo daqui e de lá, ajustando seu jeito disfuncional e retirando-o do isolamento do seu auto-engano, mente-obtusa e má-vontade, com vários efeitos colaterais como manipulação, rebeldia, medo, raiva, tristeza e ressentimentos.
E esse inventário precisa ser partilhado com outro ser humano, maduro e de confiança, que ajudará sair do triângulo da auto-obsessão, solidão, vazio espiritual, e gozar de uma vida plena e verdadeira, como um ser humano único, porém ainda falho e com potencialidades, agora não mais distorcidas, como alguém que saiu da caverna.
E a melhor vida que se poderia viver torna-se realidade neste momento, nem antes, nem depois, com altos e baixos, porém com sensatez para abordar os infortúnios e fortunas do dia-a-dia.
Mesmo após o inventário pessoal, com a busca de se conhecer e corrigir rumos e reafirmar qualidades, a vida vai nos testar todo momento.
Nossa ação ou reação, até mesmo o silêncio e a entrega, vai definir se te serviu para evoluir na forma de agir ou ficar ancorado na velha maneira de lidar com os eventos.
A dor faz parte do crescimento, o sofrimento é opcional.
Tudo passa, aproveite a viagem, mesmo quando houver pedras no caminho, como as águas do rio que tudo supera até chegar no mar.
Hoje pretendo entregar minha vida e minhas vontades a Deus e fazer a minha parte.
Oração e ação!
Paulo Lemos é advogado e palestrante.
paulolemosadvocacia@gmail.com
Ainda não há comentários.