A inelegibilidade de Bolsonaro mexeu no tabuleiro político para 2026. Despontam dois nomes do grupo mais à direita da política: Romeu Zema, governador de Minas Gerais, e Tarcísio de Freitas em São Paulo. Com mais força para este último.
Alguns deputados defendem que o Congresso crie lei tornando Bolsonaro elegível outra vez. É difícil prosperar tal ação. Tem gente do próprio grupo que, sem dizer às claras, até acha interessante que Bolsonaro fique fora do processo. Entendem que radicalismo não ganha eleição e querem nomes, sempre da direita, com discursos e modos políticos mais adequados à realidade nacional. Aí entrariam os nomes dos governadores citados.
A discussão e aprovação da Reforma Tributária pela Câmara Federal também mexeram com o país. Talvez possa ser dito que o melhor da Reforma é que ela vai ser implantada aos poucos, estará completa somente daqui a dez anos.
Não haverá impacto maior na vida das pessoas ou nas contas de estados e municípios de um dia para o outro. Vai dar tempo para as coisas irem se ajustando. Mas, independente de qualquer coisa, a Reforma era necessária para mexer nesse cipoal ou manicômio tributário brasileiro.
Ainda de Brasília chama atenção um novo tipo de populismo do Lula. Antes praticamente tudo era voltado para ganhar a atenção e o voto dos mais pobres. Agora, além de trabalho nessa direção, tem também outro para chegar mais perto da classe média.
Baratear carros, dar condições de mais gentes ter acesso a um veiculo. Tem um beneficio paralelo que seria fabricar mais carros e render mais empregos.
Outra ação é tentar baixar preço da chamada linha branca, como geladeiras e fogões, para segmentos da sociedade. No mesmo caminho da ideia dos carros. E agora apareceu ainda a proposta de reduzir preço da passagem área.
Lula tenta se aproximar do centro político também. Tenta não ser tão agressivo, como fora em seus discursos de esquerda, de que sempre está certo e os outros todos errados.
Se conseguir ganhar a atenção de parte do centro político, associado aos sempre citados 30 por cento de apoio da esquerda, se nada de anormal acontecer no meio do caminho, a intenção é chegar em posição competitiva em 2026. No horizonte sempre está a questão eleitoral.
Tudo vai depender do óbvio em política: se a economia for bem. Se não for, pode fazer o que quiser que o eleitor vai está esperando por ele com o estilingue esticado em 2026.
Tem um antigo ditado que diz que político e goleiro tem que ter sorte. Parece ser, outra vez, o caso do Lula. Lá atrás, em 2003, no primeiro mandato dele, a economia mundial teve um momento de bonança até a crise econômica dos EUA em 2008.
Mostram dados econômicos agora que se terá um momento positivo na economia mundial. E o Lula, como ocorreu antes, pode surfar outra vez nessa onda. E ai, os mais à esquerda, vão dizer que foi ele que criou o momento e não inverso.
Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.
E-mail: pox@terra.com.br site: www.alfredomenezes.co.br
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