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Os pensadores da civilização I

  • Artigo por Gonçalo Antunes de Barros Neto
  • 01/05/2023 09:05:37
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            Neste artigo, elegemos analisar a vida e obra do pensador romano Marco Túlio Cícero. Ele foi um dos mais importantes filósofos da Antiguidade, tendo sido responsável por difundir a filosofia grega em Roma e por desenvolver uma filosofia própria, baseada na razão e na ética.

            Nasceu em Arpino, na Itália, em 106 a.C. Era filho de uma família abastada e estudou retórica e filosofia em Roma e Atenas. Tornou-se um orador muito habilidoso e iniciou sua carreira política como advogado. Em 63 a.C., foi eleito cônsul de Roma, o que foi um dos pontos altos de sua carreira política.

            Contudo, não foi só na arena política que Cícero se destacou. Também atuou como escritor e filósofo. Escreveu diversas obras, incluindo tratados de retórica, filosofia e política. Suas obras filosóficas foram escritas em latim e foram muito influentes na época, tendo sido lidas e estudadas por inúmeros filósofos romanos.

            Cícero desenvolveu uma filosofia própria, que combinava elementos da filosofia grega com a tradição romana. Por acreditar que a filosofia poderia ajudar as pessoas a se superar e ter uma vida mais feliz, optou por fazer filosofia baseada na razão e na ética.

            Uma das principais ideias filosóficas de Cícero foi a de destacar a virtude como elemento essencial para uma correção de vida. Acreditava que a virtude era a chave para a boa vida, feliz, e que as pessoas deveriam buscá-la em todas as suas ações. Para Cícero, a virtude era composta por quatro elementos: sabedoria, coragem, justiça e autocontrole. As pessoas deveriam buscar desenvolver esses quatro elementos na própria caminhada da existência.

            Enalteceu as leis e a justiça como elos fundamentais da sociedade. Para ele, as leis deveriam ser justas e aplicada de forma igual para todos. Para Cícero, a justiça era fundamental para a manutenção da ordem social e para a felicidade das pessoas.

            Outra vertente difundida pelo grande pensador e orador romano foi destacar a importância da liberdade e da democracia. Ele era um defensor da república romana e acreditava que o poder deveria ser compartilhado entre as pessoas, de forma que ninguém se tornasse demasiadamente poderoso. Acreditava que a liberdade era fundamental para uma sociedade justa e que as pessoas deveriam ser livres para escolher suas próprias vidas.

            Logo no início das “meditações”, uma de suas obras e a mais lembrada, declara a gratidão ao avô por tê-lo ensinado a ser gentil e manso e a se abster de toda raiva e paixão. Importante destacar aqui a expressão de Clovis de Barros Filho: “E tudo no todo é causa de tudo que acontece”. Portanto, desejos e paixões trazem ressentimentos e afastamento da virtude.

            Legou para a eternidade essas palavras: “Há quem sem nem mesmo um casaco e há quem sem nem mesmo um livro coloque a filosofia em prática. Estou seminu, não tenho pão para comer e, ainda assim, não me afasto da razão, diz alguém. Mas eu digo – quero o alimento do bom ensinamento e das instruções, mas não me afasto da razão – “.

            Como um dos mais importantes filósofos romanos da Antiguidade, marcou a história da filosofia ocidental. Suas ideias filosóficas sobre a virtude, a justiça, a liberdade e a democracia ainda influenciam pensadores e pessoas de poder até os dias atuais.

            Enfim, também é dele esta admoestação: “Livra-te de todas as opiniões que carreguem a força e a violência dos desejos e dos afetos irracionais. Limita-te ao tempo presente, analisa o que quer que tenha acontecido, seja a ti ou a outra pessoa”.

É por aí...

 

Gonçalo Antunes de Barros Neto tem graduação em Filosofia, especialista em constitucional pela Universidade de Lisboa, MBA em Poder Judiciário pela FGV, mestre em Sociologia pela UFMT, magistrado, professor e articulista de A Gazeta (e-mail: podbedelhar@gmail.com).   



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