A produção agropecuária em MT continua crescendo. Dados recentes da Conab mostram essa realidade. A safra 2023 no estado pode chegar a 90 milhões de toneladas ou 4.1% maior que no ano anterior que ficou em 86 milhões de toneladas. Mato Grosso tem, pelo décimo segundo ano seguido, a maior safra do país.
A produção de algodão cresceu 19%, milho 7%, soja, 0,5%. Milho já ultrapassa a produção de soja ou 44 milhões de toneladas, soja com 41 milhões.
Tem projeção feita pelo Imea para a produção do estado para 2032, que chegaria a 143 milhões de toneladas ou 65% mais que agora. Seriam utilizadas 30 milhões de hectares ou 52% a mais. Carne iria para três milhões de toneladas ou 43% acima do que em 2022.
Apareceu também nesses dias, publicado pelo Ministério da Agricultura, o chamado valor Bruto da Produção ou VBP de 2022. Mato Grosso teve produção equivalente a 211 bilhões de reais. Isso significa 53% de toda produção do Centro Oeste que ficou em 391 bilhões de reais.
MT tem 18% do VBP do país. Em segundo vem o estado de São Paulo com 12% e Paraná com 11,9%. O primeiro lugar do estado vem desde alguns anos. O VBP mede toda a produção no campo, como soja, milho, algodão, carne bovina, suínos, aves, ovos e leite. Mato Grosso tem uma produção alta em soja, milho, algodão e carne bovina. Menor, mas crescendo, em carne suína, aves, ovos e leite.·.
A tendência, como mostra o Imea com a projeção para 2032, é de crescimento. Dois fatos devem ser levados em consideração diante dessa realidade da agropecuária no estado.
Primeiro a questão da logística. Já está melhor um pouco se comparado com anos atrás, mas faltam muito caminho para trilhar nessa área. A ferrovia, subindo a Lucas, ajudaria a melhorar essa situação. Concessão de rodovias, como foi o caso da 163, até agora não chega nem perto do ideal.
Estados como Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul têm uma logística de transporte muito mais avançada que MT. Tem até o oceano por perto para levar produtos para qualquer lugar do mundo. MT tem que levar cargas para o distante litoral do Brasil e, mesmo com enorme dificuldade, ainda cresce sua produção.
Outro aspecto a ser considerado é a desejada agroindústria. Com uma produção no campo desse tamanho não se pode deixar de lutar para aumentar a agroindústria no estado. Não se fala em industrializar tudo o que se produz, nem os EUA fazem isso, mas de ter um percentual crescente sendo industrializado aqui.
Tem ponto de vista diferente. Outro dia um ex-presidente da Aprosoja do estado comentou que para MT é melhor exportar soja em grãos do que industrializá-la aqui. Que o mercado internacional para óleo de soja e farelo é diminuto se comparado com o tamanho do que é para soja em grãos. Outros países preferem comprar grãos in natura e industrializá-los lá.
Ponto de vista polêmico, gerou muitos comentários. Aliás, como ocorre com quase tudo ao redor da agropecuária do estado.
Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.
E-mail: pox@terra.com.br
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