A concessionaria do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, está dizendo que vai investir algo como 350 milhões de reais para revitalizar, aumentar e melhorar aquele aeroporto. Tomou tempo para isso.
A concessão foi feita em 2019 e estava no contrato o que se pretende fazer agora. O interessante, como em tantas outras concessões, é que a sociedade não tem quem fala por ela. Ninguém ou nenhum órgão nunca cobrou nada. Surge agora essa noticia.
Esse aeroporto não é internacional para passageiros, somente para cargas. Para ter esse tipo de internacionalização se tem que ter espaço e presença física da Receita Federal, Policia Federal e Anvisa no aeroporto. Lugares próprios e específicos para exercerem suas atividades. No atual aeroporto não se tem esses espaços. Acredita-se que a intenção da concessionaria, em aumentar e melhorar o aeroporto, visa essa alternativa de internacionalização também.
Será, é óbvio, até mais rentável para a empresa. Teria mais passageiros e todos pagam uma taxa que é o ganho da concessionaria. O pagamento por passageiro nos voos internacionais é até maior que no doméstico.
Cuiabá e Várzea Grande estão atrasadas nessa internacionalização. O aeroporto em Campo Grande, como exemplo, já está internacionalizado faz tempo. Aqui a coisa está emperrada e, sendo repetitivo, ninguém cobrou nada da concessionaria até o momento para aumentar e melhorar as condições do Marechal Rondon.
Com essa revitalização, sendo transformado em internacional, o turismo pode aumentar. Não somente nacional, também internacional. Cuiabá está numa posição central no continente sul americano. Pode aumentar o turismo por aí. Por que, como hoje, se vai a São Paulo para ir para países da América do Sul? Poderia ser por aqui mesmo.
Turistas de parte do Centro Oeste ou do Norte do país poderiam ter esse aeroporto como base para lugares diferentes. Até mesmo voos para os EUA poderiam ser por aqui. Hoje se vai a São Paulo para se ir a Miami. Mudaria tudo com um aeroporto de qualidade e internacional.
O turismo no Pantanal pode aumentar também. Hoje turistas do exterior e de outros lugares do Brasil usam o aeroporto de Campo Grande (e o de Corumbá) para visitarem o Pantanal sul. Com aeroporto internacional aqui mudaria esse quadro.
Se tudo isso de fato ocorresse ajudaria ainda a apressar as obras do BRT. Com isso se poderia ter esse transporte ali no aeroporto, como tem em outros lugares. Uma pessoa desembarca, com bagagem pequena, toma o BRT para a cidade. Vai afetar o transporte por taxi e uber.
Tudo isso, quem sabe, ajudaria na melhora da avenida da FEB. Aquela coisa esquisita e desarrumada que vem desde 2012´. Seria estranho ter um aeroporto revitalizado e internacionalizado e uma avenida da FEB como é hoje. Imagine o turista chegando ao aeroporto novo e passando por aquela avenida como ainda está. Uma imagem negativa logo na entrada da cidade.
Um olhar coletivo a partir de agora para ver como e quando a concessionaria inicia o trabalho prometido.
Alfredo da Mota Menezes é professor, escritor e analista político.
E-mail: pox@terra.com.br
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