Acompanho eleições no Brasil desde a minha infância, desde o pé de um rádio “Standard Electric” que meu pai comprou lá pelos meus 8 anos. Lembro de eleições dramáticas em três momentos. Na sucessão do presidente Getúlio Vargas, que se suicidara em 1954, e se elegeu Juscelino Kubitscheck. A segunda, de Fernando Collor em 1989. E a terceira, a atual.
O leitor deve perguntar porque a eleição de 2022 é a mais grave de todas. Por uma série de razões que aponto a seguir:
1 – os tempos são outros. A sociedade e a nação são muito mais complexas do que nas eleições anteriores;
2 – está sendo considerada a segunda eleição mais importante no mundo. A primeira é a dos EUA. A importância decorre das circunstâncias mundiais;
3 – a guerra entre Rússia e Ucrânia está definindo uma nova geopolítica mundial e vai determinar quem mandará no mundo a partir de agora;
4 – O Brasil surge a partir daí como uma potência separada da geopolítica mundial pós guerra da Rússia Ucrânia. EUA + União Européia, Rússia + China. Na visão de grandes executivos mundiais e de dirigentes de corporações internacionais, o Brasil se colocará como uma terceira via na nova geopolítica pós-guerra;
5 – Por qual caminho o Brasil será uma potência? Será pela segurança alimentar mundial. Assisti desde junho a cinco grandes palestras com especialistas de alto nível e de alto conhecimento a esse respeito. Hoje, de cada 4 refeições no mundo, 1 vem do Brasil. Mas espera-se que a partir de 2023 já sejam 2 refeições;
6 – Essa condição de potência e de segurança alimentar empurra toda a economia brasileira pra um papel de inevitável modernização e consciência de nacionalidade. Por mais que correntes ideológicas puxem na direção contrária, a força das circunstâncias empurrara o Brasil essa direção:
7 – As inovações tecnológicas serão absolutamente inevitáveis na economia brasileira;
8 – Da mesma forma, o Brasil se tornará um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo;
9 – Logo, será inevitável também a entrada de imensos recursos de investimentos na área produtiva brasileira. Mas não se fará num ambiente corrosivo de negócios com hoje temos no Brasil;
10 – a eleição presidencial em menos de 30 dias será a base pra a modernização do país e da estabilização da segurança jurídica que o país perdeu. A força de fora e a de dentro empurrando reformas indispensáveis impõe ao novo governante a visão de Brasil global. Daí a sua importância. O mundo espera uma ação consciente dos eleitores brasileiros.
Dito isso, esperemos o Brasil com consciência do seu papel geopolítico fundamental ao mundo. O que houver no dia 7 de setembro assinalará em que direção a eleição estará caminhando...
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.
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