No último artigo publicado neste espaço tracei uma leitura aproximada da desligitimização da disputa política nacional revelada na atual eleição presidencial. Prometi também traçar um olhar macro de como o Brasil poderá se beneficiar da atual crise mundial e dos reflexos da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Tenho me dedicado a compreender os reflexos da pandemia do corona vírus sobre os comportamentos sociais, sobre a economia, sobre os negócios, sobre a política mundial e dos países e, sobretudo, que cenários o mundo enfrentará nos próximos meses e anos em decorrência de tudo que aconteceu desde 2020.
O Brasil sai da pandemia claramente definido diante do mundo como um dos principais responsáveis pela segurança alimentar mundial. Os demais países saem da pandemia com problemas climáticos, com inflação alta, com redução industrial, com problemas climáticos, com problema de falta de recursos humanos, com falta de matérias primas pra suprir a produção em todas as cadeias da produção. Mais ainda: começam a faltar determinados alimentos e produtos no mercado. Sem contar o preço alto do petróleo e dos combustíveis o mundo inteiro.
Nos EUA um galão de gasolina saiu da faixa de 2 dólares para 9 dólares. E uma inflação em torno de 9% que é a maior dos últimos 40 anos. A Alemanha, Itália, França e Inglaterra estão com um pé na insegurança econômica, financeira e política. Mais inflação crescente. Com profundos reflexos nos negócios.
O Brasil atravessa a mesma onda pós-pandemia com os seus próprios problemas: inflação, juros altos, combustíveis caros e, espera-se no curto e médio prazo, algum tipo de desabastecimento. Porém, o mais importante é que o Brasil sai disso tudo com um olhar muito positivo do mundo na área da segurança alimentar e como um forte receptor de investimentos financeiros mundiais.
Hoje de cada 4 refeições no mundo, uma vem do Brasil. Em curto prazo serão duas. Daí a se dizer que qualquer mudança climática ou susto negocial lá fora refletirá aqui como oportunidades. Falta-nos a segurança jurídica que esperamos alcançar a partir da eleição de 2022, considerada a segunda mais importante no mundo. Com combustíveis caros e com imensos s problemas no transporte marítimo mundial e falta de containers, cujo solução é de médio prazo, isso mundo muita coisa.
Isso significa a entrada de investimentos financeiros estrangeiros e larga escala pra aproximar o processamento de alimentos, de minérios e de madeira perto das fontes de produção, pra reduzir o custo do frete. Um conteiner vindo da China até Santos custava em 2021 cerca de U$ 1.800. Hoje custa US$ 17 mil. Isso redesenha o futuro do comércio marítimo de larga escala no mundo.
O assunto não se encerra aqui. Mas fica a advertência da proximidade dos desafios de futuro no Brasil e a urgência de gestões políticas responsáveis e estratégicas. Não podemos jamais perder essa janela de oportunidades!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.
onofreribeiro@onofreribeiro.com.br www.onofreribeiro.com.br
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