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Destino Manifesto

  • Artigo por Alfredo da Mota Menezes 
  • 23/04/2020 09:04:00
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            Apareceu na imprensa norte-americana uma fala do ex-presidente norte americano, Jimmy Carter, que está tendo repercussão. Contou que recebeu um telefonema de Donald Trump preocupado com o crescimento da China e que ela deverá passar os EUA como principal potência do mundo. Está chegando, ele disse, o "século chinês" Carter contou então o que disse a Trump.

            Que a China, desde 1979, não gastou um centavo em guerras. Que, por outro lado, os EUA, montou uma máquina de guerra e se espalhou pelo mundo.  É que, continua ele, os EUA tenta forçar outras nações a “adotar os princípios americanos”.

            Sempre foi assim. Os EUA, desde o século 19, segue o chamado Destino Manifesto. Ou que Deus, isso mesmo, o povo era muito religioso na época, empurra aquele país a levar conhecimento e civilização para outros lugares.

            Tenho isso num livro sobre relações dos EUA com a América Latina - Ingênuos, Pobres e Católicos. Os EUA usaram o Destino Manifesto para fazer o que fez na América Latina, principalmente na área mais perto, Caribe, América Central e México. Os EUA tomaram do México um terço do país quase sem nenhum esforço.

              Era missão divina civilizar povos como aquele. Que estariam levando civilização e libertar povos de coisas erradas. Ele não era o culpado pela invasão ou presença militar e econômica. O culpado era o povo invadido, os EUA estavam ali para ensinar caminhos novos e positivos. Isso está escrito em tantos lugares que impressiona. O livro cita todas as fontes.

            Quando os EUA vão ao Iraque derrubar um governo, o erro está do outro lado. Ele está ali para ensinar coisas positivas para aquele povo e região. O culpado é sempre o outro. O Destino Manifesto nunca abandonou aquele país.

            Voltando à fala de Jimmy Carter. Ele mostra que os EUA gastaram mais de três trilhões de dólares (multiplique por cinco reais e veja o tamanho da encrenca) em gastos militares. A China nem um centavo. E se, pergunta Carter, os EUA estivessem investidos aquela montanha de dinheiro em obras de infraestrura?

           Que a China investiu em infraestrura, comenta sobre os tantos quilômetros de rodovias espetaculares construídas lá e nada nos EUA. Que a maior fatia foi para gastos militares para levar a maneira americana de ver o mundo.

            Quem está falando é um ex-presidente dos EUA, não um adversário na arena internacional. O que disse é uma verdade cristalina. Os EUA montaram uma máquina de guerra para expandir pelo mundo. É claro que atrás vem o interesse econômico.

            A China não usou dinheiro nessa direção e está tomando espaços dos EUA pelo mundo. Investimento em obras em outros países, mais compras e vendas e sem ideologia ou guerras. Caminha para ser a maior potência do mundo.

              É difícil os EUA abandonarem o Destino Manifesto, está entranhado na alma nacional. E, se não mudam, vão continuar perdendo espaço para os chineses.

 

Alfredo da Mota Menezes é Analista Político

E-mail: pox@terra.com.br   Site: www.alfredomenezes.com



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