Mato Grosso é campeão nacional na produção de grãos, fibras e carne bovina. A produção continuará crescendo, tem ainda milhões de hectares, degradada ou de pastagem, para ser incorporada à produção.
Se MT é o maior produtor do Brasil, por que Cuiabá não trás para a cá os grandes eventos do agronegócio? Ser a capital nacional dos grandes eventos do setor? Tem assunto para ser debatido no ano todo.
Armazenagem, novas tecnologias, irrigação, seguros, financiamentos, corretivos, adubagem, biodiesel, logística de transporte, máquinas agrícolas e autopeças. Cada item desses dá um debate em evento com presença de muitos interessados do país e até do exterior.
Na capital tem diferentes espaços para esses encontros, mas o Parque Jonas Pinheiro, que passa por remodelação, poderia ser o lugar para grande parte desses eventos.
Cuiabá está conectada por voos aéreos para qualquer lugar do Brasil. Estará ligada também em voo internacional. Não é somente daqui para Santa Cruz de la Sierra, dali se pode ir aos países andinos e para a Argentina, além de ser caminho para Europa e Miami. Gentes interessadas no agro, de qualquer lugar do Brasil ou do exterior, podem vir.
Hotel não seria problema, levantamentos mostram o que tem quartos disponíveis, suplanta até outras localidades com população igual à de Cuiabá.
Além disso, as pessoas que viessem aos eventos na capital, teriam uma culinária apetitosa, uma arquitetura de três séculos e, não muito distante, o lago de Manso, Chapada dos Guimarães e o Pantanal. Outros lugares do Brasil, que realizam eventos do agro, não possuem atrações turísticas tão interessantes.
No ano passado o setor de turismo de eventos no Brasil, de todos e não somente do agro, gerou mais de 11 bilhões reais e tem crescimento médio de 10% ao ano. Cuiabá não entrar nesse setor, que gera trabalho e renda, é quase incompressível.
Se tem mais propaganda e falatório para se construir rotatórias ou sei lá o que do que fazer desta capital um centro de eventos do agronegócio que renderia muito mais à população e também arrecadação maior para o setor público.
Por que não um trabalho conjunto do setor hoteleiro, mais a Famato, Aprosoja, Ampa e a área do turismo da capital e do governo para criar um plano para trazer grandes eventos do agro para Cuiabá?
Não se tem conhecimento sobre o assunto? Que se contrate assessoria especializada, daqui ou de fora, para realizar esse trabalho.
Esse assunto deveria fazer parte do programa de governo dos candidatos a prefeitos de Cuiabá na eleição deste ano, mas algo factível e não chutes e invenções para atrair o voto do incauto.
Se o estado é o maior na produção no campo, por que não ser o maior também na atração dos grandes eventos nacionais e internacionais do agronegócio para a capital? Essa apatia local manda um recado aos lugares de produção do agro no estado de inapetência, para não usar palavra que machuque mais.
Alfredo da Mota Menezes é Analista Político.
E-mail: pox@terra.com.br Site: www.alfredomenezes.com
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