• Cuiabá, 21 de Novembro - 00:00:00

2013 a 2018

            Em julho de 2013 grupos de estudantes invadiram inesperadamente as ruas da cidade de São Paulo em manifestação contra um aumento de 20 centavos nas passagens de ônibus. Enfrentaram a polícia e deram “um baile” nos policiais em absoluta ordem. O primeiro dia deixou atônitas todas as autoridades do país porque não havia comandantes do movimento. Nos dias seguintes o governo perdeu a noção do movimento. Habituado a lidar com movimentos comandados pelas centrais sindicais ou sindicatos e MST, etc. o governo não soube compreender as manifestações.

            No fim da primeira semana a presidente da República de então juntou os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, do Supremo Tribunal Federal e os ministros fortes do governo. Veio a público em rede de televisão convocada no domingo á noite prometer mudanças na constituição Federal e falou até em plebiscito. Claro que não cumpriu nada. Queria mesmo só o tempo pra agendar uma contraofensiva.

            Ela veio na forma dos “black blocs”, grupo de mascarados arregimentados pela CUT e pelo MST. Pagos com dinheiro vindo dos cofres da CUT e do MST, e estes vindos da Secretaria Geral da presidência da República, comandada pelo maquiavélico Gilberto Carvalho. Saíram às ruas juntos com os estudantes. Quebraram bancos, revendas de automóveis, prédios públicos, cabines telefônicas, picharam prédios e agrediram pessoas.  Como o movimento dos estudantes era pacífico eles abandonaram as ruas e aparentemente o governo conseguiu sossegar aqueles protestos.

            Bom lembrar que eles não tinham chefes, não tinham comando, tinham a própria tv gravada nos celulares e não tinham dinheiro público e nem privado. Defendiam no segundo momento ética na política, o fim da corrupção e a Copa do Mundo, vista já naquele momento como um monumento à corrupção.

            Pois bem. Lá se foram cinco anos. A presidente caiu, os jovens não voltaram às ruas. A maioria está entrando no mercado de trabalho. Confusa. Sem horizontes decentes. Revoltados ou indiferentes. Mais indiferentes. Sabem que a política não os representa na forma como está constituída. Diziam nas manifestações de 2013 que os políticos não os representavam. Hoje muito menos. Sem empregos, eles são o ponto de enigma destas eleições. Votarão? Sumirão das urnas e deixarão o barco correr por conta própria?

            A verdade é que depois de 2013 nada mudou na política. Ao contrário. Piorou! Sem empregos razoáveis e sem esperança, os manifestantes de 2013 não assistirão aos programas eleitorais, não verão comícios e se guiarão pelas redes sociais em meio a fakes e notas duvidosas. Pobre país que não pode contar com a sua juventude!

 

Onofre Ribeiro é jornalista em  Mato Grosso.

onofreribeiro@onofreribeiro.com.br    www.onofreribeiro.com.br



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