Sou amigo de vários farmacêuticos, e já ouvi a frase de efeito de que "atualmente, vende-se mais psicotrópicos, do que antibióticos". Segundo a OMS, neste século, o descuido na área da saúde mental será responsável pelo maior número de suicídios no Mundo.
E um dos maiores obstáculos para lidar com isso, amortizar as taxas de crises, convulsões, automutilação e os atos extremos de tirar a sua vida ou a de outrem, não necessariamente é a falta de grana, embora seja sim um dos empecilhos - pelos elevados custos das consultas particulares e dos psicotrópicos de referência -, mas, pasmem, é o preconceito insano e a discriminação incauta de parte significativa da sociedade, até dentro da própria família, que mais sufoca e mata, muitas vezes responsáveis pelo abandono precoce do tratamento, ou sequer do início dele.
Essas barreiras criadas dentro da gente contra o próximo ou nós mesmos, não deveriam ser tratadas nem como totem, tampouco e menos ainda como tabu. O debate precisa ser aberto, inclusive com a participação de pessoas que já são figuras públicas, como políticos, artistas e líderes religiosos, entre outros, como há pouco tempo fez o padre Fábio de Melo, ao assumir sua condição de falibilidade humana, ao ter de andar não sobre as águas, e, sim, sobre a areia movediça da depressão, porém, obtendo vitória e superação ao final.
Quanto mais pessoas tivessem a coragem do padre Fábio de Melo, bem como de tantas outras figuras públicas da comunidade nacional e internacional, de abrir o jogo, de expor sua luta e sua vitória, aumentaria o contingente de pessoas que dariam testemunho de ter vivido ou visto a incrível capacidade humana de superação, seja em que área for, e diminuiria o número de línguas e corações carregados de maledicências, prefiro crer que por ignorância, não por pura maldade, e teríamos um Mundo com menos máscaras e mais sorrisos espontâneos e sinceros, abraços e apertos de mão fraternos e caridosos.
O preconceito mata! E é muito mais difícil tratar alguém que esteja carregada de preconceito, do que com alguma comorbidade clínica, para o quê hão inúmeras abordagens terapêuticas, medicamentosas e/ou não.
Qual seria o remédio a ser prescrito e adquirido na farmácia para tratar do "preconceito"?
Paulo Lemos é advogado, educador popular, articulista de opinião e defensor de direitos humanos e fundamentais da sociedade.
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Margarete disse:
14 de MarçoParabéns Paulo mais uma vez me sensibiliza com seus depoimentos com verdades pela sua personalidade.pelo respeitos pelo seu proximo.